Guatemala, Haiti, Jamaica, Nicarágua, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas ficam para trás. A OPAS vai acelerar a entrega de vacinas aos países que mais precisam.
Washington, DC, 13 de outubro de 2021 (OPAS) - A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, afirmou que a América Latina e o Caribe estão a caminho de atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 40% de sua população antes do final do ano, mas seis países ainda não vacinaram 20%. Em coletiva de imprensa, Etienne também apresentou três cenários possíveis sobre o futuro da pandemia.
Embora a taxa de vacinação na América Latina e no Caribe seja atualmente de 39%, “em muitos lugares a cobertura é muito menor”, frisou a diretora da OPAS. “Seis países de nossa região ainda não atingiram 20% de sua população: são Jamaica, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Haiti no Caribe, e Guatemala e Nicarágua na América Central”, acrescentou.
À medida que mais doses de vacinas chegam à região, os países devem “fazer os preparativos necessários para que possam ser usadas o mais rápido possível”, ressaltou Etienne.
A OPAS está trabalhando para acelerar a entrega de vacinas no continente, incluindo as doses compradas pelo COVAX e as doadas. Nos últimos dias, a Organização trabalhou para agilizar os embarques de 1,3 milhão de vacinas doadas pela Alemanha, Canadá, Espanha e Estados Unidos, que serão utilizadas para aumentar a cobertura na Argentina, Honduras, Guiana e Jamaica.
A Organização também se prepara para receber entregas do COVAX e de acordos bilaterais para Guatemala, Jamaica e Nicarágua.
A diretora da OPAS chamou os países a recrutarem e capacitarem profissionais de saúde em todos os níveis para garantir que as vacinas possam ser administradas rapidamente e para responder às dúvidas da população, equipando-os para responder às perguntas dos usuários e ajudá-los a compreender os benefícios das vacinas.
“Para serem eficazes, as campanhas de vacinação devem ser planejadas de acordo com as necessidades específicas da população”, disse Etienne, citando exemplos de vários países da região. Belize, disse ela, tem promovido vacinas contra a COVID-19 em espaços públicos, como terminais de ônibus e mercados. Na Bolívia, pequenas transferências de dinheiro ajudaram a incentivar mais mulheres grávidas a se vacinarem e, no Brasil, pessoas consideradas “campeãs da vacina” foram fundamentais para promover a imunização.
Etienne afirmou que a trajetória da pandemia permanece muito incerta, mas a OPAS desenvolveu três cenários possíveis, que dependem da aplicação de medidas de saúde pública e cobertura de vacinação:
- Altas e contínuas taxas de transmissão na comunidade devido à baixa cobertura vacinal e as insuficientes medidas de saúde pública e sociais.
- A transmissão periódica atinge o pico quando as medidas de saúde pública e sociais falham ou a cobertura vacinal diminui.
- Redução de internações e óbitos devido à aplicação de medidas sociais e de saúde pública coerentes e elevada cobertura vacinal.
“As medidas que tomarmos nos próximos três meses nos ajudarão a salvar vidas, aproveitar ao máximo os suprimentos disponíveis e determinar nossas perspectivas para 2022”, disse a diretora da OPAS.
Na última semana, as Américas notificaram mais de 1,1 milhão de novos casos e pouco mais de 24 mil mortes relacionadas à COVID-19.
Na América do Norte, embora os casos estejam diminuindo em geral, as infecções permanecem altas no meio-oeste dos Estados Unidos, no Alasca e nos Territórios do Noroeste do Canadá.
As infecções estão diminuindo na maioria dos países da América Central, embora os casos permaneçam altos em Belize.
Na América do Sul, os casos também estão diminuindo, com alguns picos em nível subnacional.
No Caribe, os casos aumentaram na República Dominicana e no Haiti. Em Barbados, o número de infecções também aumentou cinco vezes no último mês.