Washington D.C., 26 de novembro de 2024 (OPAS) – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) continua chamando países das Américas a manterem a vigilância da mpox – incluindo detecção laboratorial e sequenciamento genômico de casos confirmados – após a detecção de um caso da variante classe I pela primeira vez na Região, no Estados Unidos.
Em alerta epidemiológico, a Organização aconselha os países a permanecerem vigilantes e a “continuarem os seus esforços de vigilância, com especial ênfase nos grupos de alto risco”.
O caso de classe I foi notificado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em 16 de novembro de 2024. O indivíduo tinha histórico de viagens recentes à África Oriental e foi tratado logo após sua chegada aos Estados Unidos. Autoridades de saúde estão trabalhando para identificar e acompanhar possíveis contatos. Até o momento, não foram detectados mais casos de classe I na Região.
Entre janeiro de 2022 e 31 de outubro de 2024, foram notificados 115.101 casos confirmados de mpox, 255 deles fatais, em 123 Estados-Membros da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em 14 de agosto de 2024, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, determinou que o aumento de mpox devido à classe Ib na República Democrática do Congo (RDC) e em um número crescente de países na África constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII).
Nas Américas, o maior número de casos de mpox foi registrado durante 2022, com pico em agosto. Posteriormente, observou-se uma diminuição progressiva de casos, que continuou ao longo de 2023 e 2024. Todos os casos nas Américas, exceto o recente caso importado de classe Ib, devem-se à classe II.
A mpox é uma doença zoonótica causada pelo vírus de mesmo nome, que pertence ao gênero Orthopoxvirus. Existem duas classes diferentes: classe I e classe II. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dores nas costas, baixa energia, linfonodos inchados e erupções cutâneas ou lesões mucosas. A erupção tende a se concentrar no rosto, nas palmas das mãos e nas solas dos pés, mas também pode ser encontrada na boca, região anogenital e olhos. Os sintomas geralmente duram entre 2 a 4 semanas e desaparecem sozinhos, sem tratamento.
No alerta epidemiológico, a OPAS lembra que todos os Estados-Membros devem continuar com os esforços de vigilância para caracterizar a situação e responder rapidamente no caso de introdução do vírus mpox de classe I.
Os esforços devem se concentrar na detecção e diagnóstico precoces, isolamento e rastreamento de contatos. Embora a vacinação possa ajudar a prevenir a infecção em pessoas em risco, “a vacinação em massa contra mpox na população não é necessária nem recomendada”.
iStock/Marina Demidiuk
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