Washington, D.C., 1º de julho de 2024 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Banco Mundial lançaram hoje o projeto PROTECT, uma iniciativa para melhorar a resposta a pandemias em sete países da América do Sul. A iniciativa, financiada por uma doação de quase US$ 17 milhões do Fundo contra Pandemias, se concentrará na otimização dos sistemas de vigilância e de laboratório nas regiões fronteiriças da Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Uruguai.
O projeto PROTECT, apresentado na sede da OPAS em Washington, D.C., tem como objetivo melhorar a detecção precoce, caracterização e resposta a doenças zoonóticas emergentes que podem desencadear uma pandemia, com foco em comunidades rurais e remotas na Bacia Amazônica. Essas áreas enfrentam desafios únicos, incluindo uma biodiversidade com alto potencial para o surgimento de patógenos que podem provocar epidemias ou pandemias, como reservatórios animais ou vetores de doenças.
"O PROTECT representa um passo crucial em direção a uma preparação mais robusta para ameaças epidêmicas e pandêmicas na Bacia Amazônica", disse o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa. "Ao fortalecer a capacidade de detectar patógenos com potencial epidêmico e implementar sistemas de vigilância e alerta precoce para doenças emergentes e reemergentes, estaremos protegendo comunidades em situação de vulnerabilidade em áreas fronteiriças, reduzindo o impacto de futuras pandemias nas Américas."
Com o envolvimento de uma coalizão diversificada, o PROTECT reúne Ministérios da Saúde e Agricultura, OPAS/OMS, Banco Mundial e o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária da OPAS (PANAFTOSA).
"Acolhemos com satisfação essa colaboração conjunta. No Banco Mundial estamos comprometidos em oferecer nossa experiência, conhecimento e apoio para fortalecer a abordagem da Saúde Única na América Latina e no Caribe, e evitar que pandemias como a COVID-19 nos peguem de surpresa novamente”, disse o diretor de Desenvolvimento Humano para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, Jaime Saavedra. “Há uma necessidade urgente de compromisso político dos governos e melhor coordenação entre todos os setores para salvar vidas”, acrescentou.
A expectativa é de que, nos próximos três anos, o PROTECT beneficie mais de 2,4 milhões de pessoas, incluindo comunidades indígenas, não indígenas e ribeirinhas. As atividades se concentrarão em fortalecer a vigilância de alerta precoce, modernizar e aumentar a eficiência dos laboratórios, e promover a coordenação regional para uma resposta pandêmica mais eficaz e colaborativa.
“O projeto PROTECT do Fundo contra Pandemias é um marco importante em nossos esforços coletivos para promover a segurança da saúde global", disse a diretora executiva do Fundo contra Pandemias, Priya Basu. "Os investimentos estão concentrados na construção de sistemas integrados de vigilância e alerta precoce para doenças zoonóticas, laboratórios e uma força de trabalho adequada, por meio da abordagem da Saúde Única. Além disso, o projeto está impulsionando a cooperação e a coordenação entre setores, parceiros e países. Gostaria de agradecer aos nossos parceiros por seu compromisso e aguardo ansiosamente os resultados”.
A abordagem da Saúde Única foca nas interconexões entre saúde humana, saúde animal e meio ambiente. Saúde Única permite atividades abrangentes e sustentáveis para enfrentar ameaças à saúde pública.
O evento de lançamento da iniciativa contou com a participação virtual de representantes dos Ministérios da Saúde, Agricultura e Meio Ambiente dos sete países envolvidos, bem como da equipe do PANAFTOSA.
Sobre o Fundo contra Pandemias
O Fundo contra Pandemias, estabelecido em 2022 e lançado formalmente em novembro de 2023, é o primeiro mecanismo de financiamento multilateral dedicado a fornecer subsídios plurianuais para ajudar países de baixa e média renda a se prepararem melhor para futuras pandemias. Em sua primeira rodada de alocações de financiamento, o Fundo aprovou subsídios para 37 países em todo o mundo.