Washington, DC, 8 de setembro de 2023 (OPAS) - Com quase 100 mil mortes a cada ano nas Américas, "o suicídio é uma preocupação significativa de saúde pública para a região", disse Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
De forma alarmante, a região experimentou um aumento de 17% na taxa de suicídio de 2000 a 2019, tornando-se a única região da Organização Mundial da Saúde (OMS) a testemunhar um aumento", disse Jarbas Barbosa em uma mensagem para marcar o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que ocorre em 10 de setembro.
O diretor da OPAS enfatizou que "todo caso de suicídio é uma tragédia que afeta gravemente não apenas os indivíduos, mas também as famílias e as comunidades". Jarbas Barbosa enfatizou que "o suicídio pode ser evitado" e pediu aos países que "criem esperança por meio de ações" e "reduzam o suicídio na região".
Embora possa afetar pessoas de qualquer idade, em 2019 o suicídio foi a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo. As mulheres têm maior probabilidade de tentar o suicídio, mas os homens têm maior probabilidade de concluir o ato: para cada mulher que morre por suicídio na região, são registradas 3,5 mortes de homens por suicídio. Além disso, as evidências disponíveis indicam um impacto desproporcional do suicídio entre grupos em situação de vulnerabilidade, como populações indígenas e pessoas LGBTQI+.
"A pandemia da COVID-19 exacerbou ainda mais os fatores de risco para o suicídio, incluindo desemprego, insegurança financeira e isolamento social", disse o diretor da OPAS, acrescentando que o combate ao suicídio exige um esforço coletivo.
Durante a última semana de setembro deste ano, ministros e autoridades sênior de saúde das Américas se reunirão no 60º Conselho Diretor da OPAS, onde discutirão uma nova estratégia para melhorar a saúde mental e prevenir o suicídio. A estratégia "destacará a prevenção ao suicídio como uma prioridade" para todos os países e áreas de governo e "enfatizará a necessidade de um compromisso multissetorial" para evitá-lo.
As estratégias para lidar com o suicídio incluem restringir o acesso a meios para o suicídio (por exemplo, armas de fogo, pesticidas, etc.), desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais para a vida em adolescentes, serviços e profissionais de saúde mental acessíveis e integrados no primeiro nível de atendimento e eliminação do estigma sobre a saúde mental, uma das principais barreiras à busca de ajuda.
Nesta semana, e para marcar o dia mundial, a OPAS organizou um webinar para promover a divulgação responsável do suicídio na mídia e nas redes sociais, que também é uma das principais estratégias baseadas em evidências para ajudar a preveni-lo.
Este ano, a OMS está atualizando seu guia Prevenção ao suicídio: um recurso para profissionais da mídia, com recomendações sobre o que fazer e o que não fazer em reportagens sobre suicídio.
A OPAS continua trabalhando com os países para promover estratégias baseadas em evidências sobre a prevenção ao suicídio, incluindo leis e políticas atualizadas de saúde mental e prevenção ao suicídio; regulamentos para limitar o acesso aos meios de suicídio; e relatórios responsáveis da mídia", disse Jarbas Barbosa. "Continuaremos a apoiar a educação e o treinamento de profissionais de saúde e o fortalecimento dos sistemas nacionais de vigilância para informar o desenvolvimento de estratégias de prevenção ao suicídio adaptadas localmente", acrescentou.
O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio foi criado em 2003 pela Associação Internacional de Prevenção ao Suicídio em conjunto com a OMS para chamar a atenção para o problema, reduzir o estigma associado a ele e aumentar a conscientização de que os suicídios podem ser evitados. O tema deste ano, "Criando esperança por meio da ação", é um chamado à ação e um lembrete de que existe uma alternativa ao suicídio e que, por meio de ações, a esperança pode ser incentivada e a prevenção fortalecida.