
Brasília, 26 de março de 2025 (OPAS) – Embora a mortalidade prematura por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), como hipertensão, diabetes e cânceres, tenha diminuído nas Américas na última década, passando de 15,2% em 2010 para 14% em 2021, apenas cinco países da Região estão no caminho para alcançar a meta global de reduzir em 25% a mortalidade prematura por DCNTs em 2025 (conhecida como a meta 25x25).
Durante a Reunião Regional sobre Prevenção e Controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, realizada nos dias 24 a 26 de março em Brasília, Brasil, o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, convocou os países a enfrentarem com urgência os principais fatores que impulsionam a mortalidade por DCNTs, que causam cerca de 6 milhões de mortes a cada ano nas Américas.
"Mais de 240 milhões de pessoas nas Américas vivem com DCNTs e necessitam de tratamento contínuo, a maior parte do qual pode ser oferecida por meio da atenção primária à saúde", afirmou o diretor da OPAS. "No entanto, muitas pessoas não recebem cuidados adequados ou acabam falecendo devido à má gestão e controle da doença."
"As dimensões econômicas das DCNTs também são alarmantes", acrescentou o Jarbas Barbosa, destacando que, embora mais estudos sejam necessários para determinar o impacto regional, projeções atuais indicam que, em dez países da América do Sul, as DCNTs e os transtornos de saúde mental poderão resultar em perdas econômicas combinadas de US$ 7,3 trilhões até 2050, o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) da sub-região.
"A boa notícia é que temos o conhecimento e as ferramentas para prevenir e controlar as DCNTs", afirmou o diretor da OPAS, referindo-se às chamadas "melhores opções" para DCNTs – políticas e intervenções de saúde custo-efetivas, como o aumento de impostos sobre tabaco e álcool; a implementação de rotulagem frontal de alimentos; a oferta de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), principal causa do câncer do colo do útero, para meninas com menos de 15 anos; a oferta de tratamento para hipertensão e diabetes, entre outras.
"Muitas dessas intervenções já estão sendo implementadas em nossos países, mas precisamos urgentemente ampliá-las e garantir atendimento de qualidade a todas as pessoas afetadas", acrescentou.
A reunião, que reuniu especialistas da OPAS, responsáveis nacionais por programas de DCNTs e representantes da sociedade civil, focou em prioridades-chave para acelerar o progresso rumo à meta 25x25 antes da 4ª Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre DCNTs, que ocorrerá em setembro de 2025. Entre essas prioridades estão:
• Aumentar o investimento e fortalecer a liderança na prevenção de DCNTs, incluindo políticas para enfrentar fatores de risco e melhorar os serviços de saúde;
• Expandir o acesso à atenção primária para melhorar o diagnóstico, o tratamento e a cobertura;
• Promover a coerência das políticas em diferentes setores do governo além da saúde, incluindo a criação de comissões multissetoriais para tratar o tema de maneira integrada.
Melhor Cuidado para as DCNTs
A OPAS continua trabalhando com os países das Américas para prevenir e enfrentar as DCNTs, que são a principal causa de morte e incapacidade tanto na Região quanto globalmente.
Para acelerar esse trabalho, em 2023, o diretor da OPAS lançou a iniciativa Melhor Cuidado para as DCNTs, que visa expandir o acesso equitativo a serviços integrados e abrangentes para o cuidado às pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis dentro da atenção primária à saúde nas Américas.
"Encorajo vocês a se unirem à OPAS para implementar esta importante iniciativa", concluiu Jarbas Barbosa. "Trabalhando de forma colaborativa, podemos avançar significativamente para alcançar as metas de DCNTs e melhorar a saúde e o bem-estar das populações das Américas".