6 de outubro de 2020 – Especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) finalizaram, na semana passada, missão com o estado do Pará para conhecer a política local de enfrentamento à COVID-19. Este foi o quinto estado do país a receber a comitiva da OPAS, que já passou por Minas Gerais, Maranhão, Paraná e Amazonas. A equipe conta com mais de 15 profissionais de diferentes órgãos, estados e especialidades.
Em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde do Pará, entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro, foram visitados os municípios de Belém, Altamira, Marabá e Santarém. A equipe conheceu o funcionamento de quase 20 unidades de saúde como hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e serviços laboratoriais. A ideia da missão, que contou com recursos doados pelo governo do Japão, é trocar experiências e entender o trabalho implementado no estado nas áreas de vigilância, assistência e laboratório, além do tema da comunicação de risco.
A coordenadora de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Maria Almiron, destacou que esta é uma ação que a organização vem promovendo por todo o Brasil. “Este é o quinto estado que visitamos e, até o fim do ano, estão previstos mais três estados. No âmbito do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) temos um item muito importante que foca nas lições aprendidas pós-evento de emergência em saúde pública. Por isso, nessas missões, a ideia é produzir conhecimento e dar visibilidade às experiências bem-sucedidas”, pontuou.
O grupo de profissionais que compõe a equipe da OPAS tem levado experiências pessoais de onde atuam e aprendido com os locais visitados. A missão tem o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). A diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo, Regiane de Paula, é uma das especialistas que compõe a missão.
“A troca de experiências e respostas diversificadas frente à pandemia da COVID-19 traz um legado nas ações de vigilância em saúde. Compreender a atuação e diversidade entre os territórios é fundamental para a troca de experiências no momento em que vivemos”, disse.
Ananda Marques, diretora da Escola de Saúde Pública do estado do Maranhão também faz parte da equipe nesta missão. Ela, que já esteve na posição de avaliada, compôs o grupo que visitou os municípios de Belém e Santarém. “Conhecer a experiência de enfrentamento à COVID-19 do Pará foi bastante proveitosa para refletir sobre o que vivemos no Maranhão. É gratificante aprender com um estado vizinho sobre as dificuldades e estratégias adotadas”, pontuou.
Por fim, a médica infectologista, Thaísa Drummond, que atua no Hospital Eduardo de Menezes e Hospital Municipal Odilon Behrens, em Belo Horizonte (MG), levou suas experiências no enfrentamento à COVID-19 na área de assistência. Para ela, olhar para realidade de outros estados, suas dificuldades e acertos, é um momento de rever o que foi feito e aprender com novas práticas.
“O país é imenso em território, cultura, saberes e práticas. Ter a oportunidade de conhecer e aprender com elas é revigorante. Além da responsabilidade que trazemos para colaborar com todos os municípios com nossas impressões e sugestões”, concluiu.
Análise externa
A análise da OPAS é dividida em três eixos 1) vigilância (abrangendo implementação dos protocolos, laboratórios, estratégia de testagem, investigação e rastreamento de pessoas possivelmente infectadas); 2) atenção à saúde (unidade de atenção primária, de urgência e emergência e hospitais de referência e campanha); e 3) comunicação de risco.
Após visitar os serviços de saúde locais, a equipe revisará os achados identificados para produção de relatório final onde serão apontadas as ações efetivas implementadas pelo estado no enfrentamento da pandemia e pontos que devem ser ajustados.