OPAS reconhece esforços do Brasil para eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública

Jarbas Barbosa e Nísia Trindade
OPAS/OMS/Karina Zambrana
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Brasília, 11 de novembro de 2024 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizou nesta segunda-feira (11/11) uma cerimônia de reconhecimento à certificação do Brasil como país livre da filariose linfática pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde (CNS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) receberam placas de reconhecimento pelo esforço do Sistema Único de Saúde (SUS) para que a doença fosse eliminada.

Jarbas Barbosa, diretor da OPAS e Diretor Regional da OMS para as Américas, entregou o certificado de eliminação e parabenizou o governo brasileiro por esta importante conquista para a saúde pública. “O Brasil tem todas as condições para continuar sendo esse líder regional, por ter armado um programa inovador como o Brasil Saudável. Que isso nos sirva de inspiração para que consigamos continuar contribuindo para a eliminação da pobreza e da desigualdade”, ressaltou Barbosa. “Para a OPAS, eliminar doenças é uma prioridade. Eu sempre digo que não é apenas saúde pública, estamos falando de um imperativo ético e moral”, acrescentou.

De acordo com Nísia Trindade, ministra da Saúde do Brasil, a filariose linfática e várias outras doenças socialmente determinadas podem ser eliminadas por meio de abordagem interministerial e participação da sociedade civil, incluindo o envolvimento das pessoas afetadas na implementação de esforços de controle das enfermidades. “Esperamos resgatar, de alguma forma, uma dívida histórica desse país em não cuidar das chamadas ‘doenças da pobreza’ que, na verdade, são da omissão. O compromisso do nosso governo é recuperar a dignidade dessas pessoas com políticas públicas efetivas”, ressaltou.

Eliminação da filariose linfática no Brasil

A filariose linfática, comumente conhecida como elefantíase, é uma doença parasitária debilitante transmitida por mosquitos. Durante séculos, essa doença tem afligido milhões de pessoas no mundo, causando dor, inchaço crônico e exagerado, deficiência e estigma social.

Ao longo das últimas décadas, o Brasil implementou ações integradas para eliminar a filariose linfática, incluindo o desenvolvimento de um plano nacional para combate a essa doença em 1997, a distribuição em massa de medicamentos antiparasitários, atividades de controle de vetores e forte vigilância, principalmente nas áreas mais afetadas. Com esses esforços, o país conseguiu acabar com a transmissão da doença em 2017.

A eliminação da filariose linfática também foi uma das metas incluídas no programa Brasil Saudável, uma iniciativa multissetorial que visa acabar com doenças socialmente determinadas com uma abordagem interministerial e participação da sociedade civil, incluindo o envolvimento das pessoas afetadas na implementação de esforços de controle das enfermidades. O programa foi lançado em fevereiro de 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma cerimônia com a participação de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, e de Jarbas Barbosa. Na fase pós-eliminação, o Brasil, a OPAS e a OMS continuarão monitorando de perto o possível ressurgimento de infecções.