20 de março de 2018 – Durante os próximos dias, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) participará do 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília até o dia 23 de março. O evento, que é o maior do mundo sobre o tema, reúne especialistas, gestores, organizações, empresas de saneamento básico e partes interessadas.
Teófilo Monteiro, assessor regional para Água e Saneamento ( ETRAS) da OPAS/OMS, coordenou na tarde desta segunda-feira (19) um debate sobre o ODS 6: "Água - Fonte de vida! Como ajudar os governos a implementar os objetivos relacionados à agua e saneamento". O engenheiro participará também, nesta quarta-feira (21), da sessão “Água segura: o que ainda precisa ser feito para prevenir doenças de veiculação hídrica ou relacionadas a água, saneamento e higiene?”. O encontro acontecerá no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, de 14h30 às 16h.
Paralelamente ao fórum, o Planetário de Brasília funcionará como o “Planeta ODS”, espaço aberto para que as pessoas possam debater e presenciar a relação existente entre a água e todos os outros temas abordados na agenda 2030 das Nações Unidas. Também nesta quarta (21), Henry Hernandez, assessor regional em água e saneamento em emergências da OPAS/OMS, participará a partir das 16h30 da mesa “Água e prosperidades". Sua contribuição ocorre do ponto de vista da saúde pública, apresentando conceitos estratégicos, técnicos, operativos e de coordenação de água e saneamento em emergências e desastres, além das lições aprendidas com esses eventos.
A consultora nacional da OPAS/OMS no Brasil, Mara Oliveira, apresentará às 11 horas desta terça-feira (20), no Planetário, uma série de estudos, pesquisas e evidências sobre a relação entre a saúde e o meio ambiente, destacando as doenças relacionadas à água. “Segundo a OMS, 748 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a uma fonte melhorada de água potável e 2,5 bilhões de pessoas vivem sem instalações básicas de saneamento”, explica. A água como direito humano e os desafios dos países para cumprir as metas do ODS 6 até 2030 também serão temas da conversa.
A iniciativa nesse ponto turístico e de lazer da capital federal surgiu de uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Brasil, o Governo do Distrito Federal, a Secretaria de Governo da Presidência da República e o Centro RIO+, entre outros colaboradores.
Necessidade de investir em água e saneamento
Publicado em 2017 pela OMS, o relatório UN-Water Global Analysis and Assessment of Sanitation and Drinking-Water (GLAAS) 2017 revelou que os países não estão aumentando os gastos com rapidez suficiente para atender às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionadas à água e ao saneamento.
O documento salienta que os países não satisfarão as aspirações globais de acesso universal à água potável e ao saneamento a menos que sejam tomadas medidas para utilizar os recursos financeiros de forma mais eficiente e aumentar os esforços para identificar novas fontes de financiamento. De acordo com o relatório, os países aumentaram seus orçamentos para água, saneamento e higiene a uma taxa média anual de 4,9% nos últimos três anos. Contudo, 80% dos países referem que o financiamento de água, saneamento e higiene (WASH) ainda é insuficiente para cumprir os objetivos definidos a nível nacional para esses serviços.
Em muitos países em desenvolvimento, os atuais objetivos de cobertura nacional têm base na obtenção de acesso a infraestruturas básicas, que nem sempre podem fornecer serviços continuamente seguros e confiáveis. Os investimentos planejados ainda não levaram em conta as metas dos ODS, muito mais ambiciosas, que visam o acesso universal a serviços de água e saneamento seguros para 2030.