La Paz, Bolívia, 18 de junho de 2024 - A embaixada do Brasil entregou hoje às autoridades nacionais do Ministério da Saúde e Esportes (MSyD, na sigla em espanhol) da Bolívia uma doação de mais de 10 mil coleiras com inseticida deltametrina. O materiais servem para o controle e a prevenção de focos de leishmaniose visceral em áreas endêmicas do território nacional como o município de Villamontes, ao sul do país.
A Bolívia teve um surto de leishmaniose em 2022 e, com uma ação coordenada entre o Ministério da Saúde e Esportes, juntamente com a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), o governo do Brasil e o escritório regional de Leishmaniose desenvolveram uma estratégia de resposta para o controle precoce. “Dos 22 casos que se apresentaram, a prevalência caiu para dois casos em 2024”, afirmou Roxana Salamanca, chefe da unidade de prevenção e controle de doenças do MSyD.
O embaixador do Brasil na Bolívia, Luis Henrique Sobreira López, ressaltou a formalização simbólica da doação do país, com o apoio da OPAS.
"Foi uma operação triangular entre Brasil, OPAS e Bolívia que garantiu a doação das coleiras com inseticida oriundos do Ministério da Saúde brasileiro para combater a Leishmaniose no departamento de Tarija", disse o diplomata.
O vice-ministro de Promoção da Saúde, Vigilância Epidemiológica e Medicina Tradicional, Max Enríquez, afirmou que a estratégia implementada conseguiu a aplicação inicial de 8.500 coleiras, uma segunda aplicação de 6.500 coleiras, e agora a importante doação de 10 mil coleiras. Nesse contexto, ele agradeceu o gesto do governo do Brasil e a coordenação da OPAS.
Sobreira López também falou sobre a importância de doações humanitárias. “Quando a Bolívia enfrentava os incêndios florestais, o Brasil pôde doar equipamentos e mantimentos, que poderão ser reutilizados em futuros eventos para o combate e a prevenção. Quando o Brasil estava enfrentando problemas com tempestades no sul, também recebeu uma doação significativa da Bolívia com mais de 70 toneladas de alimentos e barracas. Esta doação, que pudemos concretizar graças ao apoio da OPAS, é parte da cooperação entre os países vizinhos que têm tanto em comum e que estão se apoiando mutuamente em momentos de dificuldade e necessidade”.
A chefe da unidade de prevenção e controle de doenças do Ministério da Saúde e Esportes, Roxana Salamanca, lembrou que a Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa, causada por um parasita flagelado, que se encontra em zonas tropicais e subtropicais da Bolívia.
“É uma doença crônica e sistêmica que afeta principalmente crianças menores de cinco anos e pode estar associada geralmente à desnutrição ou problemas de imunodepressão. Se não for dado o tratamento e o controle adequado de forma oportuna, pode evoluir, e 90% dos casos acabam em óbito”, indicou.
A Leishmaniose Visceral é transmitida pela picada do inseto flebótomo, sendo a principal espécie identificada na Bolívia a Lutzomyia cruzi. O principal reservatório é o cachorro.
