12 de junho de 2018 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pede aos países das Américas que redobrem os esforços para melhorar os sistemas baseados na doação de sangue voluntária e não remunerada. Isso pode evitar milhões de mortes a cada ano, incluindo as por hemorragia pós-parto, acidentes de trânsito e várias formas de câncer.
Neste ano, o tema do Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado em 14 de junho, é "Seja solidário. Doe Sangue. Compartilhe vida”. A data chama a atenção para o papel que os sistemas voluntários de doação de sangue desempenham no incentivo às pessoas para o cuidado mútuo. Também serve como uma oportunidade para destacar a importância de apoiar os países em um progresso mais rápido para o estabelecimento de sistemas nacionais que assegurem a disponibilidade e o acesso ao sangue e seus derivados seguros.
“Se quisermos atingir a meta de 100% de doações voluntárias de sangue, a organização dos serviços de saúde – em particular, dos serviços de sangue – deve ser mais eficiente”, afirmou Francisco Becerra-Posada, diretor assistente da OPAS. “Continuaremos trabalhando com nossos Estados Membros para melhorar os serviços de saúde e garantir o acesso ao sangue e aos hemoderivados, pilares fundamentais da saúde universal.”
Doação voluntária de sangue na América Latina
Desde 2015, apenas 45% do sangue para transfusões na América Latina e no Caribe foi obtido por meio de doação voluntária. Embora isso represente um aumento de 38,5% em relação a 2013, ainda é muito menor do que a meta de 100% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir um suprimento de sangue suficiente e seguro para transfusões.
“A doação de sangue voluntária e não remunerada é vital para garantir que os sistemas de saúde ofereçam serviços seguros, equitativos e eficientes às populações”, disse Mauricio Beltran Duran, assessor regional para serviços de sangue e transplantes da OPAS. "Sabemos que a disponibilidade de sangue tem um efeito indireto sobre outros resultados de saúde, por isso é vital que os países priorizem essa área".
De acordo com Beltran Duran, um exemplo disso é a clara ligação entre disponibilidade de sangue e mortalidade materna nas Américas. "Os países com sistemas de doação de sangue seguros e eficientes têm muito mais chances de atender às necessidades dos pacientes quando se trata de complicações no parto, como hemorragia pós-parto e, como resultado, salvar vidas", disse ele.
“É essencial que cada país coloque em prática políticas, sistemas e estruturas que garantam a segurança, qualidade e disponibilidade de sangue e hemoderivados para atender às necessidades de todos os pacientes que os necessitam”, acrescentou. "Garantir a solidariedade das comunidades para participar do simples, mas importante ato de doar sangue, é uma parte vital disso."
A OPAS, que atua como Escritório Regional da OMS para as Américas, trabalha com seus países membros para atingir a ambiciosa – mas alcançável – meta de doação de sangue 100% voluntária até 2019.
Dia Mundial do Doador de Sangue
Todos os anos, em 14 de junho, países de todo o mundo celebram o Dia Mundial do Doador de Sangue. O evento serve para agradecer aos doadores de sangue voluntários e não remunerados por sua contribuição, que salva vidas, e aumentar a conscientização sobre a necessidade de doações regulares de sangue para garantir a qualidade, segurança e disponibilidade de sangue e produtos sanguíneos aos pacientes necessitados.
A transfusão de sangue e hemoderivados ajuda a salvar milhões de vidas todos os anos. Pode auxiliar pacientes com doenças potencialmente fatais a viverem mais tempo e com maior qualidade de vida, além de apoiar procedimentos médicos e cirúrgicos complexos. Também tem um papel essencial e salvador de vidas na assistência materna e neonatal e durante os desastres naturais e provocados pelo homem.
No entanto, em muitos países, a demanda excede a oferta e os serviços enfrentam o desafio de disponibilizar sangue suficiente, além de garantir sua qualidade e segurança. Uma oferta adequada só pode ser assegurada por meio de doações regulares voluntárias e não remuneradas.
República Dominicana sedia data nas Américas
A República Dominicana, que sediará o evento regional do Dia Mundial do Dador de Sangue para as Américas, é um dos países da região que está trabalhando para melhorar sua rede de serviços de sangue, inclusive por meio de esforços para aumentar a porcentagem de doadores voluntários não remunerados.
Em 2014, o país implementou uma política nacional de sangue, que estabelece uma estratégia clara para garantir o acesso ao sangue e aos hemoderivados de qualidade, por meio de bancos de sangue e serviços de transfusão, bem como o uso racional desses produtos.
Haverá um evento comemorativo no país com a participação de autoridades de saúde de toda a América Latina. Elas se reunirão para discutir a implementação de redes de sangue integradas para melhorar o acesso e a disponibilidade de sangue e produtos sanguíneos seguros.