11 de setembro de 2018 – Cerca de 193 mil pessoas no mundo perdem a vida todos os anos por exposição a substâncias químicas nocivas, afirmou nesta terça-feira (11) o representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina. A declaração foi dada na abertura de uma reunião sobre o uso de agrotóxicos, em Brasília, com várias instituições brasileiras e organismos internacionais.
De acordo com Molina, é fundamental a atuação conjunta dos setores da saúde, agricultura e meio ambiente no processo de regulamentação desses produtos. “Cada um contribuindo para que tenhamos ao mesmo tempo uma população saudável, a preservação dos recursos naturais e a eficiência da produção. Nesse sentido, o Brasil é referência internacional, porque tem uma legislação sobre o tema baseada nesses três pilares. E isso é fundamental para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com os quais o Brasil e outros 193 países se comprometeram. Principalmente, aqueles que propõem a gestão racional de produtos químicos”.
Segundo o representante, é possível reduzir os casos de doença cardíaca isquêmica e acidentes vasculares cerebrais, que são juntas as principais causas de morte no mundo, ao evitar, por exemplo, a exposição e a intoxicação das pessoas por meio de alimentos ou ambientes contaminados e impedir que trabalhadoras e trabalhadores sejam expostos a substâncias químicas nocivas.
Molina ressaltou ainda o importante papel da academia na regulação dos agrotóxicos. “São necessários novos estudos para que tenhamos cada vez mais e melhores dados e evidências para subsidiar a tomada de decisões e ajudar no desenvolvimento de novas tecnologias”.
Participaram da reunião o representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic; a representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú; o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luis Rangel; o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Fernando Mendes Garcia Neto; a presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Suely Mara; o diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), Mário Von Zuben; e a presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), Elisabetta Recine; assim como membros da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), da Delegação da União Europeia e do Departamento de Agroquímicos e Biológicos da Argentina; entre outros.
Roteiro
Para facilitar e apoiar os países na melhoria da gestão das substâncias químicas, a líder da equipe de segurança química da sede da OMS, Carolyn Vickers, apresentou o “Chemicals Roadmap” – um roteiro que foca em ações concretas onde o setor da saúde tem liderança ou importante papel de apoio, reconhecendo a necessidade de cooperação multissetorial.
“O Chemicals Roadmap fornece uma abordagem estruturada para avaliar as lacunas e identificar ações para acelerar o progresso na gestão segura de produtos químicos. É organizado em quatro áreas de atuação: redução de riscos; conhecimento e evidências científicas; capacidade institucional; liderança e coordenação”, explicou Carolyn.
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Foto 2: OPAS/OMS