As campanhas de vacinação devem se concentrar na proteção dos mais vulneráveis
Washington D.C., 6 de abril de 2022 (OPAS) – Devido ao aumento de casos de COVID-19 na Europa e no leste da Ásia devido à Ômicron BA.2, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pediu aos países que permaneçam vigilantes e que preencham urgentemente as lacunas de vacinação.
Embora os casos e mortes por COVID-19 tenham caído em grande parte da região, os países notificaram mais de 620 mil novos casos a cada semana. Em partes da América do Norte e do Caribe, onde a Ômicron está se tornando a variante predominante, o número de novas infecções está começando a aumentar.
Com a sublinhagem Ômicron BA.2 já detectada em 8,7% das sequências notificadas na América do Sul, “repetidamente, vemos como a dinâmica de infecção na Europa se reflete aqui algumas semanas depois”, afirmou a diretora na coletiva de imprensa da OPAS realizada nesta quarta-feira (6).
Não podemos ignorar o risco de novos surtos de COVID-19. Mas agora sabemos o que é preciso para proteger nosso povo” – Carissa F. Etienne, diretora da OPAS
Ao todo, 240 milhões de pessoas ainda não receberam nenhuma dose da vacina contra a COVID-19 nas Américas, e, segundo Etienne, as lacunas de vacinação “manterão nossa região em risco durante ondas futuras”.
Mais de 685 milhões de pessoas na região completaram seus calendários de vacinação contra a COVID e 50 países e territórios já começaram a oferecer doses de reforço, agora devemos “redobrar nossos esforços para garantir que nossas populações vulneráveis recebam as doses de que precisam” o mais rápido possível, enfatizou a diretora da OPAS.
Etienne pediu aos países que mantenham a capacidade de testes em vigor “para não entrarmos na próxima onda às cegas” e ter uma visão completa da Ômicron BA.2 na região. “Isso significa tornar os testes facilmente acessíveis para todos, em todos os lugares, e evitar novos surtos e preparar nossos sistemas de saúde se os casos surgirem”, acrescentou.
A diretora da OPAS alertou que alguns países e territórios reduziram prematuramente as medidas de saúde pública, destacando que os dados “são nossos olhos e ouvidos nesta pandemia”. “Assim como fizemos antes, devemos ajustar nossas estratégias quando os casos aumentam, para salvar vidas.”
Com a celebração do Dia Mundial da Saúde neste 7 de abril sob o tema “Nosso planeta, nossa saúde”, a diretora da OPAS também destacou a necessidade urgente de os países trabalharem juntos para um futuro mais saudável e sustentável.
Com o aumento das temperaturas, poluição do ar e eventos climáticos extremos, “é inegável que as mudanças climáticas têm apresentado ameaças significativas à saúde de nossa região”, disse Etienne.
Os sistemas de saúde também estão ameaçados, pois muitos hospitais foram construídos em locais vulneráveis a inundações, furacões, deslizamentos de terra e outros eventos extremos.
“Estamos trabalhando para resolver isso em toda a região, mas todos precisamos agir mais rápido”, ressaltou a diretora da OPAS. “A resiliência do sistema de saúde não é apenas uma necessidade para superar a COVID-19, é um investimento para o nosso futuro.”