Dez dos 13 países e territórios das Américas que ainda não atingiram 40% de cobertura estão no Caribe, mas a maré ainda pode virar com intervenções direcionadas
Washington D.C., 23 de fevereiro de 2022 (OPAS) – A baixa cobertura vacinal em muitos países do Caribe deve ser abordada com urgência para impedir a propagação da COVID-19 e proteger os mais vulneráveis, alertou a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne. Profissionais de saúde e pessoas idosos permanecem particularmente em risco.
Dos 13 países e territórios das Américas que ainda não atingiram a meta da OMS de 40% de cobertura vacinal para 2021, 10 estão no Caribe, afirmou Etienne na coletiva de imprensa semanal da OPAS, realizada nesta quarta-feira (23).
A hesitação em vacinar, a falta de centros de vacinação em áreas remotas, o número insuficiente de funcionários e a infraestrutura limitada da cadeia de frio continuam sendo enormes barreiras à vacinação em muitas ilhas, mas agora temos as ferramentas “para virar a maré de vacinação no Caribe”.
Com 700 milhões de pessoas vacinadas na América Latina e no Caribe, existem “dados reais para mostrar que as vacinas são seguras e eficazes contra a COVID-19”, disse a diretora da OPAS. Mas as intervenções devem agora ser adaptadas às necessidades daqueles que permanecem vulneráveis em cada país.
Em alguns países, isso significa garantir que os profissionais de saúde recebam as informações necessárias para se vacinar, inclusive sobre os possíveis efeitos colaterais e a duração dos benefícios da vacina. “Estas são questões legítimas que devem ser reconhecidas e abordadas para que possamos proteger melhor nossos profissionais de saúde e todos os outros”, afirmou Etienne.
Em outros países, a OPAS está trabalhando com os governos para garantir que os centros de vacinação estejam mais próximos das pessoas que mais precisam deles e que o horário de funcionamento seja conveniente para quem trabalha.
A diretora da OPAS também pediu aos países que trabalhem com vozes confiáveis e líderes comunitários para criar espaços de diálogo e abordar as preocupações em torno da vacinação.
Uma pesquisa recente da OPAS e UNICEF, apoiada pela USAID, mostrou que 51% das pessoas hesitantes em se vacinar no Caribe Oriental estavam abertas a mudar de ideia depois de ver mais evidências científicas e médicas para apoiar a vacinação.
“Diálogo, confiança e divulgação são as ferramentas nas quais devemos confiar para levar mais vacinas aos braços e, finalmente, salvar vidas”, declarou Etienne.
A diretora da OPAS também fez um pedido às populações das Américas. “Como médica caribenha que dedicou sua vida à saúde pública, quero fazer um apelo especial às pessoas da região. A melhor decisão que você pode tomar para sua saúde neste momento é tomar a vacina contra a COVID-19. A pandemia não acabou e uma nova variante pode surgir a qualquer momento.”
Temos o poder, como comunidade, de superar essas barreiras e reduzir o impacto desse vírus em nossos povos” – Carissa F. Etienne, diretora da OPAS
Sobre a situação da COVID-19 na região, Etienne informou que os novos casos diminuíram 28% em relação à semana anterior, para 2,2 milhões. As mortes também caíram pela primeira vez desde o início da onda de Ômicron para 29 mil – uma queda de 9%.
No geral, os casos caíram em um terço na América do Norte e, embora as mortes tenham diminuído nos Estados Unidos, as taxas permanecem entre as mais altas observadas durante a pandemia.
Com exceção de Honduras, as mortes também caíram 17% na América Central, embora a Nicarágua tenha observado um aumento de novas infecções.
Na América do Sul, as mortes diminuíram 13%, com picos restantes em algumas áreas, incluindo o Chile.
No Caribe, as novas infecções caíram 44%, mas oito países e territórios registraram um aumento nas mortes.