Genebra, 27 de maio de 2022 (OPAS) – A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, afirmou nesta sexta-feira (27) que o déficit da força de trabalho em saúde nas Américas chega a 600 mil profissionais, o que afeta o acesso à atenção, especialmente para quem vive em áreas rurais e mal atendidas da região.
Durante as deliberações do Plano de Ação "Working for Health" 2022-2030, na 75ª Assembleia Mundial da Saúde, Etienne reconheceu "o enorme sacrifício e contribuição dos profissionais de saúde nas Américas" durante a pandemia de COVID-19. “A resiliência inabalável de nossos profissionais de saúde é um testemunho de seu compromisso de servir, salvar vidas e garantir saúde para todos.”
A diretora da OPAS observou que, durante os picos da pandemia, "a mudança e o compartilhamento de tarefas salvaram vidas" e que "a prestação de cuidados aos pacientes foi facilitada pela transformação digital".
A esse respeito, Etienne comentou que a OPAS, por meio de seu Campus Virtual de Saúde Pública, treinou mais de 900 mil profissionais de saúde no controle e gestão da COVID-19, continuidade dos serviços de saúde e distribuição de vacinas durante a pandemia.
No entanto, a diretora da OPAS enfatizou que “não podemos mais ignorar deficiências de longa data nos sistemas de saúde”, que afetam a capacidade da força de trabalho de fornecer atendimento de qualidade e ininterrupto.
Entre as deficiências, Etienne citou a migração de profissionais de saúde para centros urbanos ou países mais ricos - exacerbando a lacuna; falta de planejamento entre os setores de educação e trabalho; e ênfase insuficiente na educação interprofissional e contínua.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que cerca de 115 mil profissionais de saúde morreram entre janeiro de 2020 e maio de 2021 em todo o mundo em razão da COVID-19.
"Investir em sistemas de saúde e uma força de trabalho de saúde adequada aos propósitos constitui uma prioridade para as Américas", observou Etienne, acrescentando que a OPAS espera trabalhar com os Estados Membros, parceiros e a OMS no desenvolvimento de "uma agenda transformadora em recursos humanos para a saúde nas Américas".