Rio de Janeiro, 30 de julho de 2024 (OPAS) - Abordar as desigualdades e garantir o acesso equitativo à saúde foram as principais questões levantadas pelo diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, durante o evento de alto nível da Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, no Rio de Janeiro, Brasil, nesta segunda-feira (29/07).
"Todos nós sabemos que a pobreza e as doenças são um ciclo vicioso que precisa ser quebrado", disse Jarbas Barbosa durante o painel sobre o estado da preparação e resposta global à pandemia. “Quando o setor de saúde funciona adequadamente, ele pode contribuir para melhorar vidas e reduzir a desigualdade", complementou
Durante o evento, que contou com a participação de Joy Phumaphi, copresidente do Conselho de Monitoramento da Preparação Global, o diretor da OPAS reforçou a importância de garantir que a equidade permaneça no centro das discussões para o instrumento global sobre pandemias.
"A base da vigilância global de doenças é a confiança", disse Jarbas Barbosa. "Quando um país compartilha informações, dados e amostras, ele espera receber apoio", incluindo acesso a diagnósticos, equipamentos de proteção, medicamentos e vacinas. "Se não atendermos a essas expectativas, os países pensarão duas vezes", disse sobre o compartilhamento.
"A equidade é extremamente importante", acrescentou Phumaphi. "Equidade na consulta, na responsabilidade, no acesso e nos resultados."
Quando se trata de garantir uma melhor preparação e resposta à pandemia, o diretor da OPAS e o copresidente do Conselho de Monitoramento da Preparação Global concordaram que, embora o mundo esteja mais bem preparado do que antes da pandemia de COVID-19, em 2019, ainda há muito a ser feito.
"Não se pode falar de prevenção, preparação e resposta isoladamente", disse Phumaphi. "Tudo está inter-relacionado."
Embora existam avanços em termos de vigilância genômica aprimorada, recentes emendas ao Regulamento Sanitário Internacional (IHR) e a criação do Fundo de Pandemia, nas Américas "ainda estamos longe de onde precisamos estar para nos prepararmos melhor para a próxima pandemia", disse Jarbas Barbosa.
"Na maioria dos países, Uma Só Saúde (Saúde Única) ainda é um conceito que precisa ser traduzido em ações concretas", acrescentou. "Essa é a única maneira que temos de fornecer detecção precoce e melhorar a resposta."
Organizado pelo Ministério da Saúde do Brasil, pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024 ocorre de 29 a 30 de julho de 2024 e reúne autoridades de alto nível de governos e da saúde de todo o mundo.
A Cúpula aborda uma variedade de questões essenciais para garantir a preparação para a pandemia, incluindo o acesso equitativo a vacinas, medicamentos e outras tecnologias de saúde e o aprimoramento da vigilância de doenças, entre outras questões.
