3 de setembro de 2018 – O Brasil prorrogou até o dia 14 de setembro a Campanha Nacional de Vacinação contra pólio e sarampo. Segundo dados do Ministério da Saúde do país, 88% das crianças de um a menores de cinco anos foram imunizadas até esta segunda-feira (3/9). A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) considera a medida acertada, uma vez que o ideal é alcançar o índice de mais de 95% de cobertura vacinal.
O Brasil recebeu o certificado de eliminação do sarampo em 2016 e o da pólio em 1994. No entanto, até que as doenças sejam erradicadas em todo o mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e o vírus voltar a circular em seu território. Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante para identificar fluxos migratórios do exterior (chegada de estrangeiros) e fluxos internos (movimentos de grupos populacionais), entre outras medidas.
Atualmente, a transmissão endêmica da pólio (ou seja, que existe de forma contínua e constante dentro de uma determinada área) ocorre em três países: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Em 2018 (até agosto), foram reportados 15 casos da doença em todo o planeta. Já a transmissão endêmica do sarampo ocorre em vários países do mundo. Em 2018 (até junho), foram reportados mais de 81 mil casos da doença – metade deles na Região da Europa.
Pólio
A poliomielite é uma doença altamente infecciosa causada por um vírus que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia total em questão de horas. O vírus é transmitido de pessoa para pessoa por via fecal-oral ou, menos frequentemente, por um meio comum (água ou alimentos contaminados, por exemplo) e se multiplica no intestino.
Os sintomas iniciais são febre, fadiga, dor de cabeça, vômitos, rigidez do pescoço e dor nos membros. Uma em cada 200 infecções causa paralisia irreversível (geralmente nas pernas). Entre os acometidos, 5% a 10% morrem quando há paralisia dos músculos respiratórios.
A poliomielite afeta principalmente crianças menores de cinco anos de idade. Não há cura para a doença, apenas prevenção. A vacinação adequada contra a pólio pode proteger a pessoa por toda a vida.
Sarampo
O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus, que é espalhado por tosse e espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções nasais ou da garganta.
O primeiro sinal da doença geralmente é a febre alta, que começa entre 10 e 12 dias após a exposição ao vírus e dura de 4 a 7 dias. Na fase inicial, o paciente pode apresentar secreções no nariz (“nariz escorrendo”), tosse, olhos vermelhos e aquosos. Pequenas manchas brancas dentro das bochechas também podem se desenvolver no estágio inicial. Após vários dias, surge a erupção cutânea (vermelhidão na pele), geralmente no rosto e na parte superior do pescoço. Durante aproximadamente três dias, essas erupções na pele se espalham, atingindo eventualmente as mãos e os pés. A vermelhidão na pele dura de cinco a seis dias, desaparecendo em seguida. O intervalo entre a exposição ao vírus e a aparição das erupções cutâneas oscila entre 7 e 21 dias.
A maioria das mortes por sarampo ocorre por complicações associadas à doença. Entre as mais graves estão cegueira, encefalite (infecção acompanhada de edema cerebral), diarreia grave (que pode provocar desidratação), infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia.
Não existe tratamento antiviral específico contra o vírus do sarampo. A vacinação de rotina em crianças, combinada com campanhas de imunização em massa em países com altas taxas de casos e mortes, são estratégias-chave de saúde pública para reduzir as mortes pela doença em todo o mundo.