24 de agosto de 2018 – Embora 34 Estados Membros da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) permaneçam livres do sarampo, a transmissão endêmica do vírus foi restabelecida na Venezuela. Para impedir a propagação da doença em toda a região, a diretora do organismo internacional, Carissa F. Etienne, instou todos os países a aumentar rapidamente a cobertura de vacinação.
"É essencial que continuemos a vacinação, a fim de alcançar mais de 95% das nossas crianças em todos os lugares", disse Etienne. “Também precisamos fortalecer a vigilância epidemiológica nacional e estabelecer equipes de resposta para administrar rapidamente casos suspeitos, prevenir novos casos e deter surtos. Essas medidas para sustentar a eliminação foram acordadas pelos ministros da saúde em 2017. Os compromissos devem ser renovados”.
A circulação do sarampo em outras regiões do mundo sempre representou uma ameaça permanente às Américas, já que os casos importados podem reintroduzir o vírus entre indivíduos não vacinados. Em 2017, houve 149.142 casos da doença registrados em todo o mundo, com as Américas respondendo por apenas 0,6% de todos eles.
Em julho de 2017, a Venezuela relatou os primeiros casos do atual surto de sarampo e confirmou que a propagação foi devida a uma cepa de vírus originalmente relatada na Ásia e, posteriormente, na Europa. Em 2018, a partir do dia 20 de agosto, a Venezuela registrou 3.545 casos confirmados de sarampo, incluindo 62 mortes. Outros dez países da Região relataram um total de 1.459 casos confirmados e seis mortes.
Nas Américas, as taxas de cobertura da primeira dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola atualmente são inferiores a 95%. Além disso, uma menor cobertura de imunização foi observada em alguns municípios e assentamentos específicos. As taxas de cobertura de vacinação para crianças com 5 anos ou menos devem ser de 95% ou mais entre todas as populações, a fim de manter o status de eliminação.
A OPAS e suas agências parceiras têm trabalhado com a Venezuela para aumentar a cobertura de vacinação, fortalecer a vigilância epidemiológica e interromper a transmissão. A Organização também mobilizou recursos financeiros para apoiar a compra de vacinas, outros suprimentos e atividades de cooperação técnica para ajudar a Venezuela e outros países afetados a deter a propagação do sarampo.
Eliminação do sarampo nas Américas
Em 2016, as Américas tornaram-se a primeira região do mundo a obter a certificação de eliminação do sarampo, após anos de esforços conjuntos para vacinar crianças. A maioria dos países relatou seus últimos casos endêmicos há mais de 18 anos. No entanto, o fato de uma doença ter sido eliminada não significa que ela não exista mais; significa que ela não circula em uma área específica. Um país deixa de ser considerado livre de sarampo quando o mesmo tipo de vírus circula há mais de 12 meses consecutivos. A recorrência da circulação endêmica do vírus do sarampo, assim como os surtos atuais, evidencia as lacunas existentes na cobertura vacinal, que devem ser abordadas com urgência.