Genebra, 29 de janeiro de 2021 – Para resolver a falta de acesso a testes e serviços de testagem em vários países, desde 2018 a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma nova lista anual de diagnósticos essenciais (EDL, sigla em inglês) e recomendou uma série de diagnósticos in vitro que devem estar disponíveis nos pontos de atendimento e em laboratórios de todos os países para aumentar os diagnósticos oportunos e que salvam vidas.
A última edição, publicada nesta sexta-feira (29), inclui testes de COVID-19 recomendados pela OMS (PCR e antígeno), expande o conjunto de testes para doenças infecciosas e preveníveis por vacinas e doenças crônicas não transmissíveis (como câncer e diabetes) e apresenta uma seção sobre endocrinologia, que é importante para a saúde reprodutiva e da mulher. Pela primeira vez, a lista inclui testes que não deveriam ser fornecidos em países, seja porque não são econômicos, não são confiáveis ou foram superados por tecnologias mais novas e mais fáceis de usar.
“O acesso a testes de qualidade e serviços de laboratório é como ter um bom sistema de radar que leva você aonde precisa ir. Sem isso, você voará às cegas”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Todos os países devem prestar atenção especial ao espaço de diagnóstico e usar a lista essencial para promover uma saúde melhor, manter suas populações seguras e servir aos vulneráveis."
O uso de diagnósticos precisos e de qualidade é a primeira etapa no desenvolvimento e implementação de estratégias de tratamento, controle e, em muitos casos, prevenção de doenças e surtos. Seu papel crítico no sistema de saúde foi enfatizado pela atual pandemia de COVID-19.
“Os testes afetam a maioria das decisões médicas”, disse Mariângela Simão, diretora-geral assistente da OMS para Acesso a Medicamentos e Produtos de Saúde. “Em todos os países, o uso de testes de diagnóstico apropriados pode ajudar a informar o tratamento baseado em evidências e o uso responsável de medicamentos, resultando em melhor alocação de recursos e melhores resultados de saúde.”
A Lista de Diagnósticos Essenciais é um guia baseado em evidências que analisa a prevalência de doenças em todo o mundo e, para cada condição, recomenda o teste apropriado. Essa orientação visa não apenas melhorar a capacidade do sistema de saúde de chegar a diagnósticos precisos, mas também economiza recursos de saúde preciosos que, de outra forma, seriam desperdiçados em tratamento inadequado ou longas internações hospitalares.
Assim como testes destinados ao uso em laboratórios, a lista recomenda vários diagnósticos que devem estar disponíveis na atenção primária ou no nível da comunidade. Isso é particularmente importante para áreas rurais em países de baixa e média renda, onde instalações e equipamentos médicos podem faltar e os profissionais de saúde são frequentemente forçados a tomar decisões de tratamento com base apenas nos sintomas do paciente.
As recomendações da lista são baseadas em evidências robustas e levam em consideração a adequação do país. O processo é supervisionado pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Diagnóstico In Vitro (SAGE IVD), um grupo de especialistas de todo o mundo com longa experiência no campo de IVDs e sua implementação, seu uso, regulamentação e avaliação. Os especialistas avaliam os dados sobre a utilidade, impacto e precisão de cada teste considerado para decidir qual deve ser recomendado.
A lista não é prescritiva - pretende ser uma ferramenta de políticas para os países criarem suas próprias listas nacionais com base em seu contexto e necessidades locais. A OMS também publicará em breve um passo a passo para ajudar os países que desejam desenvolver uma lista nacional. Até agora, a OMS trabalhou com Nigéria, Índia, Bangladesh e Paquistão para apoiar o desenvolvimento de suas EDL nacionais e está atualmente em discussões com outros países, principalmente africanos, que solicitaram assistência para aumentar seus serviços de diagnóstico.