27 de janeiro de 2017 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu nesta sexta-feira (27) um informe sobre a febre amarela no Brasil. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) também enviou na noite de quinta (26) uma atualização de alerta epidemiológico sobre a doença para a Região das Américas. No momento, há equipes da Representação no Brasil da OPAS/OMS em Minas Gerais e no Espírito Santo.
O objetivo de ambos os comunicados é deixar os Estados Membros informados sobre o surto que está ocorrendo no território brasileiro. Os três comunicados anteriores divulgados pela OMS diziam respeito a surtos de MERS na Arábia Saudita, de Hepatite E em Chade e de gripe aviária (H7N9) na China. Em relação aos alertas epidemiológicos emitidos pela OPAS, o outro tema que rendeu atualização neste ano foi zika (presente em 48 países das Américas).
Com base nos dados fornecidos pelo Brasil, a OMS constatou que, o aumento do número de casos de febre amarela no Estado de Minas Gerais, a confirmação de casos em dois novos estados e a ocorrência de epizootias nos estados que relatam casos em humanos demonstram a disseminação geográfica do surto em novas áreas. Nesta fase, não há evidências de que o Aedes aegypti esteja implicado na transmissão no atual surto. No entanto, o informe aponta que o risco de transmissão urbana da febre amarela não pode ser descartado.
Atualmente, não há casos de febre amarela notificados nos países vizinhos associados a este surto. O atual surto e o aumento da febre amarela no Brasil se estendem além das áreas consideradas de risco para a transmissão da doença, conforme apresentado na publicação da OMS “Viagens e Saúde Internacionais, 2016”. Embora as autoridades nacionais estejam tomando as medidas apropriadas para conter esta epidemia, as recomendações de vacinação contra febre amarela para viajantes precisam ser atualizadas.
Esta determinação de novas áreas consideradas em risco para a transmissão da febre amarela representa a primeira etapa preliminar e cautelar de um processo dinâmico de avaliação de risco.
Recomendações
Com base nas informações fornecidas pelo Ministério da Saúde do Brasil à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Secretariado da OMS revisou as áreas de risco para a transmissão da febre amarela, levando em conta que as autoridades de saúde dos estados da Bahia e do Espírito Santo também revisaram suas áreas de risco para a transmissão da doença.
As novas áreas consideradas de risco para a transmissão da febre amarela, ilustradas no mapa abaixo, representam a primeira etapa preliminar e cautelar de um processo dinâmico de avaliação de risco que, à medida que a situação epidemiológica evolui, continuará a ser refinado em conjunto pelo Secretariado da OMS, Ministério da Saúde do Brasil e Scientific and Technical Advisory Group on Geographical Yellow Fever Risk Mapping (GRYF) nas próximas semanas.
Os desenvolvimentos sobre o trabalho de avaliação de riscos em andamento serão publicados nos sites da OPAS/OMS e da OMS, como foi feito anteriormente.
O Secretariado da OMS não recomenda qualquer restrição geral de viagens e comércio com o Brasil com base nas informações atualmente disponíveis sobre esse evento.
A OPAS/OMS incentiva seus Estados Membros a aconselharem os viajantes que planejam visitar áreas de risco para a transmissão da febre amarela no Brasil, incluindo:
• Vacinação contra febre amarela pelo menos dez dias antes de viajar;
• Observar as medidas para evitar picadas de mosquitos;
• Conscientização sobre os sinais e sintomas da febre amarela;
• A promoção de um comportamento de procura dos cuidados de saúde durante o deslocamento e regresso de uma zona de risco para a transmissão da febre amarela, especialmente para um país onde é possível estabelecer um ciclo de transmissão local (isto é, onde o vetor está presente).