OPAS pede que lacunas na vacinação geradas pela interrupção de serviços durante a pandemia de COVID-19 sejam preenchidas

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Em 2020, as taxas de vacinação contra difteria, tétano e coqueluche caíram 18,2%, enquanto a imunização contra sarampo, caxumba e rubéola diminuiu 13,9% em comparação com 2019

Washington D.C., 23 de abril de 2021 – À véspera do início da Semana de Vacinação nas Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pede que os países da região preencham as lacunas na imunização geradas parcialmente pelas interrupções nos serviços de saúde durante a pandemia de COVID-19. Devido à pandemia, milhares de crianças ficaram sem se vacinar em 2020.

O chamado para intensificar a imunização coincide com a Semana de Vacinação nas Américas e da Semana Mundial de Imunização, celebradas entre os dias 24 a 30 de abril em eventos regionais e globais nos quais os países lançam suas campanhas. O tema de 2021 – “As vacinas nos aproximam” – enfatiza a necessidade de fechar as brechas de imunização.

“As Américas têm sido extremamente bem-sucedidas na imunização contra muitas doenças graves”, declarou a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. “Fomos a primeira região do mundo a eliminar a varíola, a poliomielite e a rubéola. Mas agora estamos vendo declínios na imunização e devemos reverter essa tendência não apenas para a saúde de nossos filhos, mas também para o bem-estar de toda a nossa sociedade”.

Em 2020, na Região das Américas, 18,2% menos crianças (474.395) receberam todas as três doses da vacina DPT3 contra difteria, tétano e coqueluche em comparação com 2019. No mesmo ano, 13,9% menos crianças (379.208) receberam a dose da vacina MMR1 contra sarampo, caxumba e rubéola em comparação com 2019.

As restrições impostas pela COVID-19 contribuíram para a diminuição das taxas de imunização. Além disso, muitas pessoas relutaram em ir às unidades de saúde para se vacinar por medo da transmissão do novo coronavírus.

“As Américas estão na vanguarda da redução de doenças mortais e que alteram a vida por meio da vacinação”, afirmou Cuauhtemoc Ruiz Matus, chefe da Unidade de Imunização da OPAS. “Nos últimos anos, vimos um declínio perigoso. A Semana de Vacinação nas Américas deste ano é uma chance não só de comemorar a disponibilidade da imunização, mas também de colocar a vacinação de volta aos trilhos.”

A redução das taxas de imunização em 2020 segue uma tendência de longo prazo. De acordo com um relatório recente da OPAS:

  • Em 2019, a transmissão endêmica do sarampo foi restabelecida na Venezuela e no Brasil;
  • Entre 2013 e 2019, o número de países e territórios relatando que 95% das crianças menores de um ano de idade receberam todas as três doses da vacina DTP diminuiu de 19 para 13;
  • Durante o mesmo período, o número de países que conseguiram manter uma cobertura de pelo menos 95% com todas as três doses de DTP por três ou mais anos diminuiu de 13 para 6.

Chamando os países a aumentarem a imunização, Etienne pediu políticas governamentais para fortalecer a confiança do público na vacinação. A diretora da OPAS pediu a promoção da imunização durante a pandemia e apoio para a introdução de vacinas contra a COVID-19.

Etienne também pediu pela manutenção das medidas de saúde pública - distanciamento físico, uso de máscara e higiene adequada das mãos - durante todo o processo de vacinação contra a COVID-19 e até que a pandemia tenha acabado.

Em meio ao declínio da imunização no ano passado, houve boas notícias. Durante a Semana de Vacinação de 2020, 16 países imunizaram populações contra a gripe, priorizando profissionais de saúde, pessoas idosas e aquelas com doenças crônicas. Mais de 100 milhões de pessoas foram vacinadas, reduzindo a possibilidade de os sistemas de saúde já atribulados em razão da COVID-19 serem sobrecarregados por pacientes com gripe.

Em 2020, 10 países vacinaram mais de 250 mil crianças e adultos contra o sarampo. Nove países imunizaram contra a poliomielite e oito países contra o HPV (papilomavírus humano) no período da Semana.

Por mais de 40 anos, o Programa Ampliado de Imunização da OPAS ajudou a tornar as Américas uma líder global na eliminação e controle de doenças preveníveis por vacinas - rubéola, síndrome da rubéola congênita, sarampo e tétano neonatal. Desde sua criação em 1977, os países passaram do uso de seis vacinas em seus esquemas nacionais de vacinação para uma média de mais de 16 vacinas, o que representa maior proteção para a população.