Iniciativa da OMS e da OPAS apoiará 17 novas pesquisas sobre zika em sete países da América Latina e do Caribe

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23 de fevereiro de 2017 – Um total de 17 novas pesquisas sobre zika serão realizadas na América Latina e no Caribe para identificar soluções no enfrentamento a esse vírus, responsável por causar distúrbios cerebrais congênitos quando mulheres grávidas são infectadas e desencadear a síndrome de Guillain-Barré em algumas pessoas afetadas.

Os projetos de pesquisa, que abarcam desde a identificação de fatores de risco de transmissão até a avaliação de ferramentas de diagnóstico e exame do uso do aconselhamento pré-natal e contraceptivos, fazem parte de uma iniciativa conjunta entre a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e dois programas da Organização Mundial da Saúde (OMS): Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais e Programa Especial de Pesquisa (TDR), Desenvolvimento e Treinamento em Pesquisa em Reprodução Humana (HRP).

“Esses projetos de pesquisa são cruciais para melhorar nossa compreensão da dinâmica da epidemia de zika e as possíveis soluções de saúde pública”, disse Francisco Becerra, Subdiretor da OPAS, Escritório Regional da OMS para as Américas.

Os estudos serão feitas por pesquisadores de importantes instituições acadêmicas e organizações não-governamentais do Brasil (7 pesquisas), Colômbia (4), Honduras (1), Jamaica (1), México (1), Peru (2) e Venezuela (1). Cada projeto de pesquisa deve receber 20 mil dólares americanos do programa de pequenas doações da OMS.

“Este tipo de colaboração é fundamental para encontrar soluções que transcendam áreas de especialização”, disse o diretor do TDR, John Reeder. “Estamos satisfeitos por estar contribuindo para o Marco de Resposta Estratégica da OMS para o Zika”, acrescentou.

O diretor do HRP, Ian Askew, concordou. “O surto de zika desafiou as abordagens convencionais para lidar com as emergências de saúde. É absolutamente essencial apoiar pesquisas que abordem as interações entre transmissão, comportamento e resultados e que nos possam fornecer informações rápidas e oportunas aos encarregados de formular de políticas”.

A iniciativa, que faz parte dos programas de fortalecimento da capacidade de pesquisa do HRP e do TDR, recebeu fundos adicionais do Plano Estratégico de Resposta ao Zika da OMS. No total, a iniciativa recebeu 78 propostas de 19 países – que após um processo de revisão culminou na escolha das 17 selecionadas de sete países.

O vírus zika é transmitido pelo mosquito Aedes, e o surto do ano passado, particularmente no Brasil, foi associado a um aumento de complicações graves entre os recém-nascidos. Uma revisão sistemática realizada por pesquisadores da OMS em 2016 concluiu que a infecção pelo zika durante a gravidez é uma causa de distúrbios cerebrais congênitos, incluindo microcefalia, e que o vírus é um gatilho para a síndrome de Guillain-Barré – uma condição rara em que o sistema imunológico da pessoa ataca os nervos periféricos. Intensos esforços têm sido feitos para investigar o vínculo entre o zika e uma série de distúrbios neurológicos dentro de um rigoroso marco de investigação.

Para conhecer a lista completa de pesquisas, acesse: www.who.int/tdr/news/2017/zika-research-in-amr/en/.