Como o vírus “não desaparecerá tão cedo”, países devem reforçar testes e vigilância e garantir que as vacinas cheguem onde são mais necessárias
Washington D.C., 18 de maio de 2022 (OPAS) – À medida que os casos de COVID-19 continuam aumentando acentuadamente em toda a região das Américas – 27,2% na semana passada –, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pediu aos países que adotem medidas para aumentar a vigilância, as medidas de saúde pública e a vacinação para garantir que os sistemas de saúde estejam preparados para lidar com um potencial influxo de pacientes com COVID-19.
“Na semana passada, nossa região registrou mais de 918 mil”, afirmou a diretora da OPAS na coletiva de imprensa semanal da Organização. “As hospitalizações por COVID-19 aumentaram em 18 países e as internações em unidades de terapia intensiva aumentaram em 13 países e territórios.”
Etienne destacou que, após um período de menor transmissão, muitos países abandonaram medidas de saúde pública, como uso de máscaras e distanciamento físico.
Mas com apenas 14 dos 51 países e territórios nas Américas atingindo a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 70% de cobertura vacinal, muitas pessoas permanecem desprotegidas.
Em alguns países, a cobertura vacinal é particularmente baixa entre pessoas em risco de doença grave, incluindo idosos, mulheres grávidas e pessoas com doenças pré-existentes, observou a diretora da OPAS. "Cada país está tão protegido quanto os mais vulneráveis de sua população. É hora de fazer um balanço desses números e agir. A COVID-19 está novamente em ascensão nas Américas”.
Apesar de ter construído “redes incríveis para testes de COVID-19 e vigilância genômica” nos últimos dois anos, Etienne disse que as taxas de testes diminuíram constantemente desde janeiro na região.
“Devemos ficar de olho no vírus”, afirmou, pedindo aos países que mantenham e fortaleçam a infraestrutura de testes e garantam que nos locais onde os auto-testes estão disponíveis, que os resultados sejam notificados às autoridades de saúde.
Os países também devem manter investimentos em unidades de terapia intensiva (UTIs) e capacidade hospitalar para que os serviços possam ser rapidamente ampliados e atender a um potencial aumento de novas infecções, acrescentou a diretora da OPAS.
Etienne também pediu aos países que estejam prontos para restabelecer medidas de saúde pública em áreas onde os casos aumentam e para garantir que os grupos mais vulneráveis sejam protegidos, principalmente agora que os suprimentos de vacinas não são mais uma barreira. “Temos doses suficientes para cobrir aqueles em maior risco e temos a obrigação de fazê-lo.”
Voltando-se à situação da COVID-19 na região, a diretora da OPAS observou que mais da metade das novas infecções foram notificadas na América do Norte, onde os casos estão subindo há sete semanas, impulsionados por um aumento nos Estados Unidos.
Na América Central, os casos de COVID-19 aumentaram 80%. Os casos também aumentaram em países da América do Sul. No Caribe, as novas infecções estão subindo há cinco semanas consecutivas, com um aumento de 9,3% nos casos e de 49% nas mortes.
As mais altas autoridades de saúde do mundo se reunirão na próxima semana na Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, para determinar as prioridades globais para a saúde pública. Etienne afirmou que as emergências de saúde continuarão no topo da agenda. “Devemos usar o que aprendemos com emergências passadas para moldar um futuro em que nossos sistemas de saúde e liderança estejam melhor preparados para enfrentar o próximo desafio.”
Quanto mais bem preparados estiverem nossos sistemas de saúde, menos vidas perderemos e mais fortes e resilientes nossas sociedades se tornarão.”