Consultor da OPAS/OMS destaca importância de uso racional de antibióticos na Região das Américas

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18 de novembro de 2017 – Na Semana de Conscientização sobre Antibióticos, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) destacou a importância das estratégias de regulação e uso racional desses antimicrobianos na Região das Américas. O alerta foi dado neste sábado (18), em uma palestra no I Congresso Pan-Americano e o VI Congresso Brasileiro sobre o Uso Racional de Medicamentos.

Durante o evento, realizado em Foz do Iguaçu (PR), no Brasil, o consultor de Medicamentos e Tecnologias de Saúde da OPAS/OMS Robin Rojas chamou atenção para diversos estudos feitos sobre o tema na Região. “Uma pesquisa no Paraguai, por exemplo, mostrou que a principal causa de uso inadequado de antibióticos no país era a indicação desses medicamentos para tratar dor de garganta”.

Segundo ele, essa situação não é exclusividade das Américas. “Estima-se que mais da metade de todos os medicamentos do mundo são prescritos, dispensados ou vendidos indevidamente”, ressaltou.

A OPAS avalia que, para mudar esse cenário, são necessárias quatro linhas de ação chave: governança e fortalecimento das capacidades institucionais; gestão do conhecimento, intercâmbio e análise de informação independente; promoção de pesquisas; e avaliação, gestão e incorporação dos medicamentos e outras tecnologias sanitárias nos serviços de saúde para a promoção do seu uso racional.

Rojas destacou ainda que, entre as cinco principais causas de falta de eficiência na saúde apontadas pela OMS, quatro estão relacionadas diretamente a medicamentos. São elas: a subutilização de genéricos e preços de medicamentos não controlados pelo governo; o uso de medicamentos substandard (abaixo do padrão de qualidade) e falsificados; utilização inadequada e ineficaz; e uso excessivo de medicamentos.

7 mitos sobre antibióticos

  • MITO: Antibióticos podem curar qualquer doença. FATO: Os antibióticos podem curar apenas doenças causadas por bactérias. São inúteis contra dor nas costas ou uma gripe comum, por exemplo.
  • MITO: Antibióticos não têm efeitos secundários. FATO: Os antibióticos podem causar diarreia, náusea e reações alérgicas. Em alguns casos, seus efeitos secundários podem passar despercebidos.
  • MITO: Quanto mais bactérias um antibiótico matar, melhor. FATO: O corpo humano tem uma variedade de bactérias que são benéficas. Se os antibióticos as eliminarem, é possível que haja impacto negativo para a saúde.
  • MITO: É possível usar os antibióticos que sobraram de ocasiões anteriores. FATO: Antibióticos prescritos anteriormente não devem ser usados de novo, porque cada tratamento é diferente para cada pessoa. Cabe ao profissional de saúde decidir sobre a quantidade e duração do tratamento com antibióticos.
  • MITO: A resistência aos antibióticos ocorre quando o corpo se torna resistente aos antibióticos. FATO: Na verdade, é a bactéria – e não os humanos ou animais – que se torna resistente aos antibióticos e sua reprodução ou multiplicação no corpo causa infecções difíceis de tratar.
  • MITO: Os antibióticos mais caros são os melhores. FATO: Antibióticos tradicionais e baratos, como a penicilina, ainda são muito úteis para combater infecções bacterianas.
  • MITO: A resistência aos antibióticos é um problema apenas para as pessoas que tomam antibióticos. FATO: Na verdade, qualquer pessoa, de qualquer idade e em qualquer país, pode contrair uma infecção resistente a antibióticos.

Congresso
O I Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, realizado de 15 a 18 de novembro de 2017, juntou em um só evento o I Congresso Pan-Americano sobre o Uso Racional de Medicamentos, o VI Congresso Brasileiro sobre o Uso Racional de Medicamentos, o I Congresso Latino-Americano de Estudantes de Farmácia, o II Congresso Brasileiro de Farmácia Estética, o II Simpósio Farmacêutico de Nutracêuticos e o III Encontro Nacional de Educadores em Farmácia Clínica.

Minicursos
Ao longo dos quatro dias do I Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, a OPAS/OMS manteve um estande em Foz do Iguaçu, onde distribuiu publicações sobre medicamentos e tecnologia em saúde, além de dar informações sobre assuntos diversos.

O estande também foi palco de uma série de minicursos sobre a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), ministrados pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME). Ao todo, cerca de 350 pessoas aprenderam a pesquisar nas bases de dados disponíveis no portal.

Tendo como foco a literatura científica da América Latina e do Caribe, a BVS é um dos principais espaços de acesso aberto à informação e evidências na área de ciências da saúde.