17 de fevereiro de 2017 – A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) divulgou nesta sexta-feira (17) uma atualização de alerta epidemiológico sobre a febre amarela nas Américas. Neste ano, Colômbia, Bolívia, Peru e Brasil têm notificado casos da doença.
O Ministério da Saúde da Bolívia notificou um caso de febre amarela com resultado positivo para IgM pela técnica ELISA. O paciente – turista do sexo masculino, 28 anos e não vacinado – chegou ao país em 8 de janeiro de 2017 e em 9 de janeiro seguiu para o município de Caranavi, onde provavelmente adquiriu a infecção. Em 28 de janeiro ele foi tratado em um hospital local e mais tarde transferido para cuidados particulares no Chile, recebendo alta em 13 de fevereiro. Durante o período provável de infecção, o caso permaneceu na Bolívia. A doença é endêmica no país, mas desde de 2013 foram notificados apenas casos isolados.
No Brasil, mesmo que exista a possibilidade de uma mudança no ciclo de transmissão de febre amarela em curso, até o momento não há evidências de que o mosquito Aedes aegypti esteja envolvido na transmissão. De acordo com o documento, apesar de a doença ser endêmica no país e se apresentar com surtos cíclicos de diferentes magnitudes, o número de casos confirmados atualmente supera a quantidade de registros observados nas últimas décadas.
Vacina
A medida mais importante para prevenir a febre amarela é a vacinação. A população que vive ou se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos. De acordo com a OMS, apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros.
No Brasil, o esquema de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) inclui uma primeira dose aos nove meses de idade, seguida de uma segunda dose aos quatro anos de idade. Para os adultos, a recomendação no país consiste em duas doses administradas com um intervalo de 10 anos.
Pessoas com mais de 60 anos só devem receber a vacina após avaliação cuidadosa de risco-benefício. A vacina contra a febre amarela não deve ser administrada em:
- Pessoas com doença febril aguda, cujo estado de saúde geral está comprometido
- Pessoas com histórico de hipersensibilidade a ovos de galinha e/ou seus derivados
- Mulheres grávidas, exceto em uma emergência epidemiológica e situações em que há recomendação expressa de autoridades de saúde
- Pessoas severamente inmunodeprimidas por doenças (por exemplo, câncer, aids etc.) ou medicamentos
- Crianças com menos de 6 meses de idade (consulte a bula do laboratório da vacina)
- Pessoas de qualquer idade com uma doença relacionada ao timo
Recomenda-se que as autoridades nacionais realizem uma avaliação da cobertura vacinal contra a febre amarela em áreas de risco, a fim de concentrar a distribuição de vacinas. Além disso, é importante manter um estoque de vacinas a nível nacional para responder a possíveis surtos. A OPAS/OMS não recomenda qualquer restrição de viagens ou comércio a países com surtos de febre amarela.