15 de outubro de 2018 – O médico brasileiro Jarbas Barbosa realizou na sexta-feira (12) seu juramento como novo subdiretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da oficina regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Doutor em Saúde Pública, Barbosa ocupou previamente altos cargos tanto no Brasil quanto no exterior. Como subdiretor da OPAS/OMS, tem sob sua responsabilidade a supervisão dos programas centrais de cooperação técnica prestados pela Organização a cada um de seus 35 Estados Membros.
“Em tempos em que vivenciamos vários desafios, mudanças políticas e sociais, reemergência de doenças infecciosas, mudanças climáticas, resistência antimicrobiana, carga de doenças crônicas não transmissíveis e violência, a OPAS é muito afortunada de ter Barbosa como subdiretor”, afirmou a diretora da Organização, Carissa F. Etienne.
Etienne expressou “total confiança na competência técnica e de gestão” do novo subdiretor. “Barbosa entende e compartilha os valores e a missão dessa grande Organização. O trabalho ao longo de sua vida reflete esses valores: equidade, excelência, solidariedade, respeito e integridade”.
Privilégio, orgulho e compromisso
"Trabalhar para a OPAS é, para mim, um privilégio do qual tenho orgulho. Estou totalmente comprometido em me unir a vocês e trazer, humildemente, minha experiência para servir aos países das Américas", disse Barbosa ao assumir formalmente o cargo.
Em seu novo posto, Barbosa faz parte da equipe de Gestão Executiva da OPAS/OMS, juntamente com Etienne e a diretora adjunta, Isabela Danel. Ele supervisiona os departamentos de Família, Promoção da Saúde e Curso de Vida; Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde; Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental, Evidências e Inteligência para Ação em Saúde; e Sistemas e Serviços de Saúde.
Além disso, três centros técnicos da OPAS/OMS estão sob a responsabilidade de Barbosa: o Centro Latino-Americano para Perinatologia – Saúde das Mulheres e Reprodutiva (CLAP/SMR), o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME).
Barbosa destacou que a OPAS tem uma longa trajetória de liderança na região das Américas em prevenção, promoção e proteção da saúde, com conquistas que foram reconhecidas mundialmente. “No entanto, apesar de tantas conquistas claras em assegurar saúde para os povos das Américas, agora enfrentamos enormes desafios para garantir sua manutenção e continuar avançando”, alertou o subdiretor.
O médico brasileiro destacou o exemplo da necessidade de manter as conquistas no controle e eliminação de doenças evitáveis por vacinas. "Novas estratégias devem ser desenvolvidas e peço aos governos de mais alto nível que renovem seu compromisso político com a vacinação das populações", argumentou.
O subdiretor também ressaltou a importância de “seguir avançando em direção a novos e cada vez mais ambiciosos resultados”, destacando os principais desafios da região – agravados pelas dificuldades econômicas e instabilidade política em alguns países. “Nesse contexto, é ainda mais necessário fortalecer nossa equipe técnica e sua determinação em buscar estratégias inovadoras voltadas às comunidades e países aos quais servimos”, concluiu.
Uma carreira de mais de 40 anos
O senador e ex-ministro da Saúde do Brasil, Humberto Costa Lima, destacou que “Barbosa deixa marcas importantes de seu trabalho onde quer que vá, além do reconhecimento público de sua criatividade, competência, capacidade de diálogo e ética”.
Amigos desde 1972, colegas de turma e depois de trabalho em nível governamental, Costa Lima relembrou que as capacidades de Barbosa como líder já eram evidentes durante seus anos como estudante de medicina, assim como seu “compromisso social e sua dedicação ao serviço da população”. Além disso, destacou-o como “um ator importante na luta pela reforma sanitária no Brasil, que culminou com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS)”.
“O Brasil perde seu melhor exponente na saúde pública, mas a OPAS ganha um ator estratégico para a construção de uma saúde para todos”, finalizou Costa Lima.
Antes de ser nomeado subdiretor da OPAS/OMS, Barbosa foi diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de julho de 2015 até julho de 2018, depois de trabalhar desde 2011 no Ministério da Saúde, primeiro como secretário de Vigilância em Saúde e, posteriormente, como secretário de Ciência, Tecnologia e Suprimentos Estratégicos.
De 1997 a 2003, Barbosa ocupou o cargo de diretor do Centro Nacional de Epidemiologia do Brasil (CENEPI), onde liderou o Sistema Nacional de Vigilância, Prevenção e Controle Sanitário do país. Em 2007, ingressou na OPAS como gerente de Vigilância em Saúde e Manejo de Doenças, cargo que ocupou até abril de 2010.
Sua carreira profissional no campo da saúde pública começou em 1982, quando iniciou seu trabalho na Secretaria de Saúde do estado de Pernambuco. Lá, ele foi nomeado coordenador do Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis e HIV/aids. Depois, atuou como secretário municipal de Saúde em Olinda e, em seguida, como secretário de Saúde do estado.
O médico obteve seu título de médico na Universidade Federal de Pernambuco. Especializado em saúde pública e epidemiologia na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem mestrado em ciências médicas e doutorado em saúde pública pela Universidade de Campinas, no Brasil.
Matéria originalmente publicada em inglês e espanhol pela OPAS/OMS no dia 12 de outubro de 2018 e traduzida pela Representação da OPAS/OMS no Brasil.