OPAS e países das Américas trabalham para estabelecer uma comissão intersetorial contra a influenza aviária

Foto de la comisión donde están todos los países y la mesa directora con la OPS
OPS/Magno Marconi Pereira
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Rio de Janeiro, Brasil, 14 de março de 2024 (OPAS) - Para fortalecer a preparação, a prevenção e o controle da influenza aviária, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reuniu nesta semana seus 35 Estados Membros, no Brasil, para estabelecer uma comissão regional de combate à doença. A reunião ocorreu em um momento em que o mundo está experimentando uma alta disseminação do vírus em aves e mamíferos, o que representa um risco potencial à saúde pública.

Os participantes concordaram com a criação da comissão intersetorial. "É essencial promover esta comissão sob a perspectiva de Uma Só Saúde (Saúde Única) para abordar de forma abrangente as zoonoses", disse Sylvain Aldighieri, diretor do Departamento de Prevenção, Controle e Eliminação de Doenças Transmissíveis da OPAS.

A Comissão para a Prevenção e Controle da Influenza Aviária nas Américas permitirá que os setores de saúde pública, animal e ambiental compartilhem informações atualizadas sobre vigilância, risco epidemiológico e evolução dos vírus circulantes. A comissão também deverá promover estratégias nos níveis nacional, sub-regional e regional e fortalecer a coordenação.

O departamento de Emergências em Saúde da OPAS e o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (PANAFTOSA) lideraram a reunião de 12 a 14 de março para discutir os objetivos, estrutura e funcionamento da Comissão.

Uma Só Saúde (Saúde Única) é uma abordagem que promove a colaboração intersetorial para prevenir doenças zoonóticas e transmitidas por vetores, mobilizando diversos atores, como veterinários, médicos, epidemiologistas e líderes comunitários.

Estima-se que 75% das doenças infecciosas emergentes em humanos tenham origem em animais. Desde 2020, uma variante do subtipo A(H5N1) do vírus da influenza aviária tem causado mortes em aves selvagens e aves domésticas em vários países da África, Ásia, Europa, América do Norte e, em 2022, se espalhou para a América Central e do Sul.

Em janeiro de 2023, o primeiro caso de infecção humana com influenza aviária A(H5N1) foi relatado na América Latina, e desde então, vários países da região confirmaram casos em aves e humanos. Até o momento, os casos humanos de influenza aviária têm sido esporádicos, e nenhuma transmissão sustentada de humano para humano foi identificada.

"É crucial que os países continuem a fortalecer a detecção precoce e a contenção de qualquer evento ou surto na interface entre humanos e animais", disse Ciro Ugarte, diretor do Departamento de Emergências em Saúde da OPAS. "Os diversos setores envolvidos devem colaborar tanto na vigilância quanto na resposta".

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Imagen: OPS/Magno Marconi Pereira

A Comissão será composta por representantes dos Ministérios da Saúde dos países da região, incluindo áreas de influenza sazonal, zoonótica e pandêmica, epidemiologia e laboratório, serviços veterinários oficiais, representantes nacionais do setor ambiental relacionados à influenza aviária, bem como dos centros colaboradores, com a OPAS atuando como secretaria.

Segundo Ottorino Cosivi, diretor do PANAFTOSA, a Comissão "atuará como um catalisador do trabalho regional para lidar com a influenza aviária". Cosivi destacou a eficácia de outros mecanismos regionais coordenados pela OPAS, como a REDIPRA, que facilita a colaboração intersetorial na luta contra a raiva nas Américas e tem contribuído significativamente para a eliminação dessa doença na região.

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Imagen: OPS/Ana Peralta

Na reunião desta semana também participaram representantes de várias organizações, incluindo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o Organismo Internacional Regional de Saúde Agropecuária (OIRSA), a Rede de Saúde Animal do Caribe (CaribVET), a Secretaria Executiva do Conselho de Ministros de Saúde da América Central e República Dominicana (SE-COMISCA), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal dos Estados Unidos (APHIS) e os centros colaboradores da Organização Mundial da Saúde (OMS) para influenza humana e animal.