“Quase 2,3 milhões de doses do COVAX chegarão a pelo menos sete países em nossa região nos próximos dias e semanas”, declarou Etienne
Washington D.C., 10 de março de 2021 – A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, celebrou a ampliação da implementação das vacinas contra a COVID-19 nas Américas e informou que o organismo internacional está trabalhando em estreita colaboração com os países membros para “acelerar o acesso” em toda a região .
As Bahamas receberam suas primeiras vacinas contra a COVID-19 após uma doação do governo indiano de 20 mil doses da vacina Oxford /AstraZeneca, afirmou Etienne durante sua coletiva de imprensa semanal. O Peru está programado para receber seus primeiros carregamentos da vacina Pfizer-BioNTech nesta quarta-feira (10) por meio do COVAX, o mecanismo global para garantir o acesso equitativo às vacinas, independentemente da renda dos países ou do tamanho de suas economias.
Em 1º de março, a Colômbia se tornou o primeiro país a receber vacinas por meio do COVAX na região. “Essas doses estão sendo entregues a grupos de risco, incluindo comunidades indígenas na região amazônica do país”, disse a diretora da OPAS.
Etienne falou sobre as próximas entregas de vacinas adquiridas com o COVAX. “Graças aos nossos esforços coletivos, cerca de 2,3 milhões de doses do COVAX chegarão em pelo menos sete países em nossa região nos próximos dias e semanas”, assegurou. Entre os países estão a Bolívia, El Salvador, Guatemala, Honduras, Jamaica, Nicarágua e Peru.
Trinta e seis países nas Américas estão recebendo vacinas por meio do COVAX.
“Na última semana, nosso Fundo Rotatório tem trabalhado em estreita colaboração com os Estados Membros para acelerar o acesso às vacinas contra a COVID-19”, acrescentou Etienne, referindo-se ao mecanismo da OPAS que muitos países regionais estão usando para adquirir vacinas.
Há mais de 40 anos, o Fundo Rotatório ajudou os países das Américas a vacinarem suas populações contra doenças debilitantes ou potencialmente fatais, como poliomielite, sarampo, febre amarela, pneumonia bacteriana, gripe e o vírus do papiloma humano (HPV). O mecanismo permite que as nações juntem seus recursos para comprar vacinas, seringas e suprimentos a um custo menor.
Em meio à pandemia de COVID-19, o Fundo Rotatório está representando os países da região junto ao COVAX, ajudando-os a obter vacinas por meio do mecanismo. O Fundo Rotatório recebe adiantamentos de países e, em nome destes, negocia com fabricantes e faz os pedidos. Quando necessário, trabalha com os países para conceder crédito financeiro e facilitar as aquisições. A OPAS também cuida da logística de compra e entrega da vacina, incluindo o transporte.
“O desafio agora é continuar acelerando as entregas para os países que ainda não receberam as doses do COVAX para garantir que todos os países recebam suas parcelas iniciais de vacinas neste mês”, disse Etienne.
“A OPAS está fazendo sua parte para ajudar os países a garantir e distribuir vacinas com segurança e o mais rápido possível, mas as limitações de fabricação, a baixa oferta e a alta demanda de vacinas tornam essa situação incerta”, complementou a diretora da OPAS. “Devemos ser pacientes, mas estamos sendo persistentes em nossa busca por essas vacinas. Nesse ínterim, precisamos que todos colaborem enquanto trabalhamos para manter a nossa segurança e de nossas famílias e nossas comunidades.”
Etienne forneceu uma atualização sobre o impacto da pandemia nas Américas, chamando a atenção para o aumento de casos na América do Sul.
Paraguai, Uruguai e Chile estão notificando infecções crescentes. No Brasil, os casos estão aumentando em quase todos os estados. Na última semana, o país sofreu seu dia mais mortal desde o início da pandemia, com 1.910 mortes relacionadas à COVID-19 registradas em 24 horas. No estado do Amazonas, que tem sido particularmente atingido, uma nova variante descoberta no final do ano passado levou a um surto de COVID-19. O sobrecarregado sistema de saúde continua enfrentando escassez generalizada de suprimentos médicos, incluindo oxigênio.
“Estamos preocupados com a situação no Brasil”, declarou Etienne. “Isso nos fornece um sério lembrete sobre a ameaça do ressurgimento. As áreas duramente atingidas pelo vírus no passado ainda são vulneráveis à infecção.”
Enquanto o Brasil luta contra o ressurgimento, Estados Unidos, Canadá e México continuam registrando casos em declínio. Em toda a América Central, os países relatam uma diminuição nas infecções. No Caribe, os casos estão caindo nas ilhas maiores, embora as infecções estejam aumentando em Cuba, Bahamas, Santa Lúcia e Guadalupe.
Na semana passada, as Américas notificaram mais de um milhão de casos de COVID-19, elevando o total para quase 52 milhões. Mais de 1,2 milhão de pessoas morreram devido à doença.