Washington D.C., 1 de setembro de 2020 – A Região das Américas registrou 64% das novas mortes notificadas em todo o mundo nos dois últimos meses, totalizando mais de 213 mil novas mortes, mesmo abrigando apenas cerca de 13% da população global, mostrou uma atualização epidemiológica publicada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
O documento observa que a maioria das novas mortes em nível mundial foram notificadas pelo Brasil, com 19%; Estados Unidos, com 16%; Índia, com 13%; e México, com 12%. O número de casos em todo o mundo aumentou 158%, com cerca de 14 milhões de casos a mais desde a publicação do relatório da OPAS em 23 de junho. As mortes aumentaram 72%, compreendendo cerca de 300 mil mortes adicionais.
Na Região das Américas, “embora os casos de COVID-19 pareçam ter se estabilizado em alguns países e territórios em nível nacional (Estados Unidos e Canadá, por exemplo), as taxas de notificação diária estão agora acelerando em outros países e territórios, muitos dos quais enfrentam surtos maiores pela primeira vez desde o início da pandemia na Região (como países e territórios na sub-região do Caribe)”, ressalta a atualização epidemiológica da OPAS.
No entanto, as notificações diárias de casos nos Estados Unidos da América e no Brasil apresentam tendência de queda, revela o relatório. Na América Central, os casos e mortes aumentaram mais de 300% desde junho (os casos passaram de 61.058 para 266 mil e as mortes aumentaram de 1.580 para 7,2 mil).
No Caribe, houve um aumento de 230% nos casos (chegando a mais de 100 mil novos casos) e um aumento de 123% nas mortes (chegando a 1.384 mortes) em comparação com o notificado em junho. A América do Sul registrou mais de 5,6 milhões de casos e 186 mil mortes, quase três vezes o número de casos e o dobro das mortes desde junho.
Em uma coletiva de imprensa esta semana, a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, disse que o número crescente de casos sinaliza uma necessidade urgente de implementar medidas de saúde pública para desacelerar a propagação da COVID-19, como rastreamento de contatos, distanciamento social, abrigos e limites para reuniões públicas. “Não podemos interromper toda a transmissão, mas se os países permanecerem vigilantes e expandirem os testes e a vigilância, poderão identificar melhor os picos nos casos e agir rapidamente para contê-los antes que se espalhem fora de controle.”