Genebra, 1 de fevereiro de 2021 – Quatro em cada 10 mortes no mundo não são notificadas e, na Região Africana, apenas uma em cada 10 mortes é registrada, de acordo com a primeira avaliação global dos sistemas de informação de saúde de países divulgada nesta segunda-feira (1/2) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Bloomberg Philanthropies .
Dois terços dos países de baixa renda estabeleceram um sistema padronizado para notificar as causas das mortes. No entanto, o relatório SCORE destaca a necessidade urgente de fortalecer esses sistemas para ajudar o mundo a responder às emergências de saúde e monitorar o progresso em direção às metas globais de saúde.
A pandemia destacou que mesmo os sistemas de saúde e dados mais avançados ainda lutam para fornecer informações quase em tempo real a fim de agir rapidamente. A falta de dados em todo o mundo limita a compreensão do verdadeiro impacto da mortalidade por COVID-19, prejudicando o planejamento da resposta.
“A pandemia esticou a capacidade dos sistemas de informação de saúde dos países em todo o mundo, pois estes devem rastrear a doença e outras tendências críticas de saúde”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “O relatório SCORE é um passo importante para dados melhores, decisões melhores e uma melhor saúde.”
As estimativas mostram que 60% dos países analisados têm um sistema bem desenvolvido para revisar o progresso e o desempenho de seu setor de saúde e apenas metade tem a capacidade de monitorar a qualidade da atenção. Só 32% dos países têm boa capacidade para uma estratégia nacional de saúde digital com base nos padrões recomendados.
"Com o SCORE em mãos, a OMS apoiará os países em todo o mundo para resolver as lacunas de dados e fortalecer seus dados e sistemas de informação de saúde", disse Samira Asma, diretora-geral adjunta de Dados, Análise e Distribuição da Organização.
Embora haja boa disponibilidade de dados em áreas como imunização, tuberculose e incidência de HIV, há menos cobertura em questões como saúde mental e câncer. Menos da metade dos países informam dados de instituições nacionais sobre transtornos mentais graves.
Essa falta de dados limita severamente os países em sua capacidade de planejar e implementar programas de saúde eficazes.
“O relatório SCORE orienta os países a investir em áreas prioritárias com maior impacto na coleta, análise e uso de dados de saúde. Entre outras recomendações, o documento chama os países a fortalecer seus sistemas gerais de dados de saúde, melhorar seus sistemas de registro de dados de óbitos e coletar mais dados de melhor qualidade para lidar com as desigualdades”, afirmou Michael Bloomberg, Embaixador Global da OMS para Doenças Não Transmissíveis e Lesões.
O relatório e o portal fazem parte do pacote técnico SCORE para dados de saúde da OMS, que apoiará países e regiões a visualizar suas avaliações, conduzir análises e melhorar os dados de saúde para populações mais saudáveis.