Pandemia de COVID-19: as estatísticas de acesso à BVS e o alcance da cooperação técnica da BIREME

 Ilustração de gráfico crescente

Os números crescentes de acesso aos recursos de informação sobre a enfermidade causada pelo novo Coronavírus (COVID-19), disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), mostram que a BIREME está cumprindo a sua missão durante a pandemia e evidenciam a relevância da sua cooperação técnica nos níveis nacional e internacional.

Diante da “infodemia” atual, ainda mais prejudicial em um momento de emergência sanitária global, ter acesso a fontes de informação confiáveis, atualizadas, relevantes e baseadas em evidências científicas é fundamental para apoiar pesquisadores, profissionais de saúde, gestores e a população no enfrentamento da pandemia da COVID-19, sendo a maneira mais eficaz de combater a desinformação e as fake news.

À medida que novas informações surgiam sobre a doença e o seu vírus, a BIREME avançava no desenvolvimento de um site web para reunir e destacar os recursos de informação mais atualizados e relevantes sobre o novo Coronavírus, por meio da Vitrine do Conhecimento sobre a COVID-19, lançada no início de fevereiro.

VHL Window of knowledge on COVID-19 screenshot

Em apenas duas semanas após seu lançamento, esta Vitrine já era a mais acessada entre as 10 vitrines anteriormente publicadas pela BIREME. Na segunda semana de existência, apresentou um crescimento de 121,8% de visualizações, comparado à primeira semana. A terceira semana diminuiu em 14,6%, comparado com a segunda, mas logo emplacou uma série de crescimentos de 115% na quarta semana, 48% na quinta, 67,8% na sexta e 133% na sétima semana (16 de março), totalizando mais de 90 mil visualizações, uma média de 1,2 visualizações por minuto. O dia com maior número de visualizações, 19 de março, registrou uma média de 4,66 visualizações por minuto.

A localização dos usuários que acessam a vitrine da COVID-19 reforça a importância da atuação da cooperação técnica da BIREME, como parte do Departamento de Evidência e Inteligência para Ação em Saúde (EIH/OPS/OMS) na América Latina e Caribe, ao mesmo tempo que também reitera sua relevância fora do continente americano, principalmente com os acessos dos países de língua portuguesa e da Espanha, como mostra a Figura 1.

Figura 1: Países que acessam a vitrine do conhecimento, crescimento de visualizações e origem dos acessos. Fonte: Google Analytics
Figura 1: Países que acessam a vitrine do conhecimento, crescimento de visualizações e origem dos acessos. Fonte: Google Analytics

O esforço da BIREME para manter a interface de seus portais nos idiomas português, espanhol e inglês é ainda mais justificado quando se nota que 67,3% das visualizações da vitrine da COVID-19 foram na versão espanhol, 31,9% em português e 0,8% em inglês. Esta distribuição de idiomas também mostra o momento oportuno no qual a vitrine foi lançada, ganhando muita visibilidade nos países da América Latina e do Caribe em um momento que os países ainda preparavam seus planos nacionais e locais de enfrentamento daquilo que se transformaria na pandemia da COVID-19.

Ao analisar a origem do tráfego de usuários, de acordo com a lista da Figura 1, identifica-se que 50% chegam por meio do Google, o que demonstra a alta relevância desta vitrine e do domínio da BVS (bvsalud.org) neste motor de busca.  Ao observar os domínios paho.org, intra.paho.org e campusvirtualsp.org nesta lista, constata-se a integração das ações de comunicação e divulgação entre a BIREME, a Sede e as Representações da OPAS/OMS nos países para promover a vitrine da COVID-19 como ferramenta da cooperação técnica e das Unidades Técnicas da Organização. O uso do Facebook e do Twitter também é significativo e reforça o poder da disseminação da informação por meio das redes sociais.

A relevância da vitrine nos países também pode ser medida com a análise dos sites que a referenciam, como se nota nos exemplos da Figura 2, onde é possível identificar as instituições nacionais que estão promovendo o seu uso nos âmbitos governamental, acadêmico e de serviços de saúde.

Figura 2: Exemplos de identificação de instituições nacionais acessando a vitrine do conhecimento do COVID-19
Figura 2: Exemplos de identificação de instituições nacionais acessando a vitrine do conhecimento do COVID-19

Os gráficos a seguir mostram como a curva de acesso à vitrine da COVID-19 acompanha os acontecimentos em nível nacional e internacional. Este comportamento é notado em 60% dos países e territórios das Américas que acessam a vitrine (21 de 35), o que reflete o aumento da demanda por busca de informação à medida que governos locais e autoridades sanitárias disseminam informação e dados sobre o novo Coronavírus.

Figura 3: Peru, país que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região Andina
Figura 3: Peru, país que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região Andina
Figura 4: Guatemala, país que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região da América Central
Figura 4: Guatemala, país que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região da América Central
Figura 5: Porto Rico, país/território que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região do Caribe Latino
Figura 5: Porto Rico, país/território que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região do Caribe Latino
Figura 6: México, país que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região da América do Norte
Figura 6: México, país que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região da América do Norte
Figura 7: Brasil, país que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região da América do Sul
Figura 7: Brasil, país que mais acessa a vitrine do conhecimento sobre COVID-19 na Região da América do Sul

Esta constatação reforça a importância da cooperação técnica da BIREME em desenvolver e manter atualizada a vitrine da COVID-19, pois em um momento de emergência sanitária internacional tem respondido pela crescente demanda por acesso à informação confiável, atualizada e relevante em resposta ao enfrentamento desta pandemia.

Além da publicação da vitrine do COVID-19, a BIREME reforçou sua estrutura de processamento e análise de dados para garantir uma atualização diária das fontes de informação disponíveis na BVS. Com este esforço, busca-se oferecer o acesso à informação científica e técnica mais atualizada.

Desde janeiro, a BIREME ampliou o monitoramento do acesso a documentos sobre o novo Coronavírus na BVS.

Figura 8: Visualização de documentos sobre COVID-19 disponíveis nas fontes de informação da BVS
Figura 8: Visualização de documentos sobre COVID-19 disponíveis nas fontes de informação da BVS

Repetindo o comportamento dos acessos à vitrine do conhecimento sobre a COVID-19, o acesso aos documentos disponíveis nas fontes de informação da BVS também acompanha os acontecimentos nacionais e internacionais da pandemia.

A análise das estatísticas de acesso, utilizando como fonte de dados o serviço do Google Analytics, ajuda a evidenciar a resposta da cooperação técnica da BIREME diante de uma emergência sanitária internacional.

Os esforços para agilizar o desenvolvimento e lançamento da vitrine do conhecimento sobre COVID-19, assim como em garantir uma atualização diária das fontes de informação científica e técnica disponíveis na BVS, geraram uma janela de oportunidade para ampliar a disseminação da informação e evidência científica confiável, tornando estes recursos de informação relevantes e de referência para os países da América Latina e do Caribe.

Segundo Renato Murasaki, Gerente de Tecnologias e Metodologias de Informação da BIREME, “Os desafios para combate a “infodemia” e ampliar o acesso à informação em saúde são contínuos. A experiência e as lições aprendidas com esta pandemia, no que tange a organização e a disseminação de informação em saúde, retroalimentarão o planejamento, a execução, o monitoramento e a avaliação de todas as ações de cooperação técnica”.

Diego González, Diretor da BIREME reforça que “em momentos de crise, contar com informação confiável contribui para a prevenção, preparação e resposta à emergência, por isso é recomendável manter o acesso a fontes confiáveis relacionadas com a temática como a OMS [https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019], o Ministério da Saúde do Brasil [https://coronavirus.saude.gov.br/], a OPAS [https://www.paho.org/en/topics/coronavirus-infections/coronavirus-disease-covid-19], a recém lançada página de evidências sobre a COVID-19 da OPAS [https://covid19-evidence.paho.org/?locale-attribute=es], a Vitrine do Conhecimento, objetivo desta matéria [https://bvsalud.org/vitrinas/novo_coronavirus_2019/], bem como as fontes de informação que têm reconhecimento a nível nacional”.