Organização Mundial da Saúde fará amplas reformas para alcançar meta dos “três bilhões”

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6 de março de 2019 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (6) reformas mais abrangentes para modernizar e fortalecer o organismo internacional. As mudanças ajudarão a instituição a desempenhar seu papel como principal autoridade mundial em saúde pública de forma mais eficaz e eficiente.

As reformas foram projetadas para apoiar os países a atingirem as metas ambiciosas de “três bilhões”, que estão no centro do plano estratégico da OMS para os próximos cinco anos: “um bilhão de pessoas a mais se beneficiando da cobertura universal de saúde; mais um bilhão de pessoas melhor protegidas das emergências de saúde; e mais um bilhão de pessoas desfrutando de melhor saúde e bem-estar”.

Entre as mudanças, estão:

  • Alinhamento dos processos e estruturas da OMS às metas dos “três bilhões” e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotando uma nova estrutura e modelo operacional para ordenar o trabalho da sede da Organização, dos escritórios regionais e dos escritórios nacionais, bem como eliminando a ‘duplicação’ e a ‘fragmentação’.
  • Reforço do trabalho normativo e de definição de padrões da OMS, apoiado por uma nova divisão, e melhora das oportunidades de carreira para cientistas.
  • Aproveitamento do poder da inovação e da saúde digital, apoiando os países a avaliarem, integrarem, regularem e maximizarem as oportunidades proporcionadas por tecnologias digitais e inteligência artificial, com o apoio de um novo departamento.
  • Tornar a OMS relevante em todos os países, revisando as capacidades da Organização para se engajar no diálogo político estratégico. Esse trabalho será apoiado por uma nova divisão de dados, análises e entrega, o que melhorará significativamente a coleta, o armazenamento, a análise e o uso de dados para impulsionar a mudança de políticas nos países. Essa divisão também acompanhará e fortalecerá a entrega do trabalho da OMS, monitorando o progresso em direção à meta dos “três bilhões” e identificando barreiras e soluções.
  • Investimento em uma força de trabalho dinâmica e diversificada por meio de novas iniciativas, incluindo a Academia da OMS (WHO Academy), uma escola de ponta proposta para oferecer novas oportunidades de aprendizado para funcionários e profissionais de saúde pública em todo o mundo. Outras medidas incluem um processo de recrutamento simplificado para reduzir o tempo de contratação pela metade, treinamentos de gerenciamento, novas oportunidades para oficiais nacionais e melhorias previamente anunciadas nas condições para estagiários.
  • Fortalecimento do trabalho da OMS para apoiar os países na prevenção e mitigação do impacto de surtos e outras crises de saúde, criando uma nova divisão de preparação para emergências como complemento ao trabalho já existente.
  • Reforço de uma abordagem corporativa para a mobilização de recursos alinhada aos objetivos estratégicos e impulsionamento de novas iniciativas de captação de recursos para diversificar a base de financiamento da OMS, reduzindo assim sua dependência de um pequeno número de grandes doadores e fortalecendo sua estabilidade financeira em longo prazo.

“As mudanças que estamos anunciando são muito mais do que novas estruturas. São sobre mudar o DNA da organização para produzir um impacto mensurável nas vidas das pessoas que servimos”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Nossa visão permanece a mesma desde a fundação, em 1948: atingir o mais alto padrão de saúde para todas as pessoas. Mas o mundo mudou e é por isso que articulamos uma nova declaração de missão para o que ele precisa que façamos agora: promover saúde, manter as pessoas seguras e servir aos vulneráveis.”

As novas medidas foram desenvolvidas após um longo período de consultas com profissionais da OMS junto ao grupo Global Policy, também da instituição, composto pelo diretor-geral e por cada um dos seis diretores regionais da organização: Matshidiso Moeti (África), Carissa F. Etienne (Américas), Poonam Khetrapal Singh (Sudeste Asiático), Zsuzsanna Jakab (Europa), Ahmed Al-Mandhari (Mediterrâneo Oriental) e Takeshi Kasai (Pacífico Ocidental).

A nova estrutura corporativa da OMS será baseada em quatro pilares, refletidos em toda a organização:

  • Programas: apoiará o trabalho da Organização em relação à cobertura universal de saúde e populações mais saudáveis.
  • Emergências: será responsável tanto pela resposta às crises de saúde quanto pela ajuda aos países para que se prepararem.
  • Relações Externas e Governança: centralizará e harmonizará o trabalho da OMS na mobilização de recursos e comunicações.
  • Operações de Negócios: garantirá uma entrega mais profissionalizada das principais funções corporativas, como orçamento, finanças, recursos humanos e cadeia de suprimentos.

Os quatro pilares serão complementados pela Divisão do Cientista Chefe, na sede da OMS, em Genebra, para fortalecer o trabalho científico central da Organização e garantir a qualidade e a consistência das normas e padrões.

Subjacentes à nova estrutura, 11 processos de negócios foram redesenhados, incluindo planejamento, mobilização de recursos, comunicações externas e internas, recrutamento, cadeia de fornecimento, gerenciamento de desempenho, normas e padrões, pesquisa, dados e cooperação técnica.

Global Policy Group enfatizou o papel do trabalho com parceiros. Tedros disse que a OMS deve desenvolver uma nova mentalidade para buscar e construir parcerias que aproveitem a força combinada da comunidade global de saúde – nos setores público e privado. Um exemplo disso é o novo Plano de Ação Global para Vidas Saudáveis e Bem-Estar para Todos, no qual 12 organizações trabalham juntas para alcançar os ODS relacionados à saúde.