OPAS parabeniza ações do Brasil para promover a amamentação e coibir práticas nocivas de marketing da indústria de fórmulas lácteas infantis

Mãe amamentando bebê
OPAS/OMS/Karina Zambrana
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Brasília, 18 de junho de 2024 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) parabeniza a recente atuação internacional do Brasil para promover o aleitamento materno e coibir práticas nocivas da indústria de fórmulas lácteas infantis.

Entre os destaques, está a declaração conjunta em defesa da regulamentação do marketing digital de substitutos do leite materno, feita pelo Ministério da Saúde brasileiro – em nome de 27 países – no fim do mês passado.

A manifestação ocorreu durante a 77ª Assembleia Mundial da Saúde e foi assinada, além do Brasil, por Armênia, Bangladesh, Bélgica, Bolívia, Botsuana, Colômbia, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Hungria, Indonésia, Jamaica, Quênia, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Eslováquia, Eslovênia, África do Sul, Sri Lanka, Síria, Tailândia e Uruguai. O projeto de resolução será apresentado no próximo ano.

Esse movimento é fundamental para coibir as estratégias de marketing sistemáticas e antiéticas empregadas pela indústria de fórmulas infantis para influenciar as decisões das famílias sobre a alimentação infantil.

Um relatório de 2022 da Organização Mundial da Saúde (OMS), intitulado “Scope and impact of digital marketing strategies for promoting breastmilk substitutes” (Escopo e impacto das estratégias de marketing digital para promoção de substitutos do leite materno, em tradução livre para português), revelou que fabricantes de fórmulas infantis compraram ou coletaram informações pessoais de novas gestantes e mães para enviar-lhes promoções personalizadas de seus produtos.

Para isso, utilizaram aplicativos, grupos de apoio virtual, influenciadores pagos, promoções, concursos, fóruns ou serviços de aconselhamento. Esse tipo de prática nociva gerou aumento de compras de substitutos do leite materno e levou mães a deixarem de amamentar da forma adequada – até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até o sexto mês de vida da criança.

Bancos de leite humano

Também em maio deste ano o Brasil organizou o I Congresso de Bancos de Leite Humano da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em conjunto com o governo de Angola e em parceria com a CPLP. O evento, realizado na cidade angolana de Luanda, promoveu a troca de experiências e conhecimentos em aleitamento materno e Bancos de Leite Humano entre os países lusófonos.

O Congresso contou com a participação do Centro de Referência Nacional da Rede Global de Bancos de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), que desde 2021, é Centro Colaborador da OPAS/OMS para o fortalecimento dos bancos de leite humano no mundo.

Medidas como essas, que promovem o aleitamento materno e combate práticas nocivas de marketing da indústria de fórmulas lácteas infantis, são fundamentais para garantir a saúde do bebê e da mãe.

Uma série de evidências científicas tem demonstrado que crianças amamentadas têm melhor desempenho em testes de inteligência, menor probabilidade de sobrepeso, maior frequência escolar e renda na vida adulta, entre outros benefícios. A saúde da mãe também melhora, porque o aleitamento reduz o risco de câncer de mama e de ovário, bem como de diabetes.