Brasília, 4 de julho de 2023 – O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, participou nesta terça-feira (4/07), em Brasília, de uma audiência pública para subsidiar as discussões sobre projetos de lei atualmente em trâmite no Senado Federal do Brasil. Durante o evento, ele apresentou um panorama da imunização nas Américas e ressaltou a importância de recuperar e manter altas as taxas de cobertura vacinal em todos os países e territórios da região.
O diretor também destacou as recomendações da OPAS para alcançar esse resultado, com intersetorialidade, compromisso social e político, participação social, comunicação de risco e fortalecimento da vigilância de casos e eventos adversos supostamente atribuíveis à vacinação.
Além disso, Barbosa reforçou a importância do Fundo Rotatório da OPAS, mecanismo que há 42 anos oferece imunobiológicos para países e territórios das Américas por meio de cooperação técnica com os países da região.
“Vacinas que o Brasil não produz, se o Brasil compra pelo Fundo Rotatório, com o tamanho da sua população, baixa o preço da vacina para que países mais pobres ou com menor população possam comprar também. É muito importante esse esforço de solidariedade”, afirmou, citando também o México como exemplo de país que, por sua dimensão populacional, pode contribuir através desse mecanismo de aquisição para que os imunizantes tenham custos mais acessíveis.
Durante a audiência, o diretor destacou como a cooperação técnica internacional foi importante na fase aguda da pandemia de COVID-19. “A OPAS trabalhou muito com os países para fortalecer a cadeia de frio, inclusive com recursos mobilizados de doações do Canadá, dos Estados Unidos. Vários países mais vulneráveis da região tiveram a sua rede de frio completamente renovada, com transporte, treinamento, todos os aspectos da cadeia de frio, preparo de planos de vacinação e ações para fortalecimento de recursos humanos”, disse.
Jarbas Barbosa lembrou ainda que as Américas foram a primeira região do mundo a eliminar, em 1971, a varíola – doença que foi posteriormente erradicada de todo o mundo, em 1980. “Eliminamos também a transmissão do poliovírus, em 1994, a rubéola e a síndrome da rubéola congênita, em 2015”, exemplificou.
Segundo o diretor da OPAS, o sarampo também foi eliminado, em 2016, mas houve recrudescimento devido às baixas coberturas vacinais, com surtos da doença no Brasil e na Venezuela, em 2018. “Mas o Brasil já está há um ano sem caso de sarampo, o que é excelente. Regionalmente, estamos esperando o Brasil e a Venezuela serem recertificados, mas todos os outros países da região continuam certificados como livres do sarampo”.
A audiência pública, proposta pelo senador Humberto Costa, presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, contou também com a presença do presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Fabio Baccheretti; do presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Wilames Freire; da presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi; do coordenador-geral de Farmacovigilância do Ministério da Saúde, Jadher Pércio; do presidente da Comissão de Saúde do Conselho Nacional do Ministério Público, Jayme Martins de Oliveira Neto; entre outros.