29 de maio de 2018 – A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) recomenda que todas as pessoas que viajarão para a Copa do Mundo 2018 estejam com todas as vacinas em dia, incluindo aquela que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba – conhecida no Brasil como tríplice viral. O torneio mundial de futebol acontecerá entre os dias 14 de junho e 15 de julho, na Rússia.
A intensificação das viagens internacionais e o movimento de pessoas durante eventos de massa, como a Copa do Mundo, aumentam o risco de transmissão de doenças. Também aumenta a probabilidade de os viajantes retornarem a seus países com doenças como o sarampo, que é altamente contagioso e pode ter graves consequências para a saúde das populações não vacinadas e mais vulneráveis.
“É recomendável que as pessoas se vacinem ao menos 15 dias antes de viajar”, afirmou Cuauhtémoc Ruiz Matus, chefe da Unidade de Imunização Integral da Família da OPAS. “Quem for viajar para a Rússia deve se certificar de que suas vacinas estão atualizadas, principalmente as que protegem contra o sarampo e a rubéola.”
No ano passado, o número de novos casos de sarampo na Europa quadruplicou. A doença infectou 22.360 pessoas e causou 36 mortes. Nos primeiros três meses de 2018, a Europa registrou mais de 18 mil casos de sarampo. França, Grécia, Sérvia e Ucrânia são os países com o maior número de casos. A Rússia, por sua parte, notificou mais de 600 casos.
Estima-se que a Copa do Mundo atrairá cerca de um milhão de pessoas de todo o mundo. Dos 32 países que participarão do torneio, 28 relataram casos de sarampo este ano.
Em 2018, segundo o Boletim Semanal sobre Sarampo/Rubéola da OPAS publicado no dia 19 de maio, 11 países das Américas notificaram 1.194 casos confirmados de sarampo: Antígua e Barbuda (1), Argentina (3), Brasil (173), Canadá (11), Colômbia (25), Equador (7), Guatemala (1), México (4), Peru (2), Estados Unidos (63) e Venezuela (904).
Este número é mais alto do que o registrado em todo o ano de 2017, quando quatro países – Argentina (3), Canadá (45), Estados Unidos (120) e Venezuela (727) – notificaram 895 casos.
A região foi declarada livre dos vírus endêmicos da rubéola (2015) e do sarampo (2016) após um esforço de 22 anos, que incluiu a vacinação em massa de 450 milhões de crianças, adolescentes e adultos com até 40 anos em todo o continente entre 2003 e 2009. No entanto, casos importados e surtos em alguns países colocam essas conquistas em risco.
“Manter a eliminação do sarampo, da rubéola e da síndrome da rubéola congênita nas Américas requer uma taxa de cobertura de vacinação de ao menos 95%, bem como ações rápidas para detectar casos importados e quebrar a cadeia de transmissão”, disse Ruiz Matus.
Desde maio de 2017, a OPAS/OMS vem emitindo alertas sobre a situação, instando os países a manter altos níveis de cobertura de vacinação, fortalecer a vigilância e implementar urgentemente medidas para responder a qualquer caso suspeito.
Durante a Semana de Vacinação nas Américas, em abril deste ano, a OPAS enfatizou a necessidade de ação para proteger as pessoas contras doenças evitáveis por vacinação no contexto da Copa do Mundo de 2018. Nesse marco, 11 países informaram que reforçarão a imunização contra o sarampo, vacinando seis milhões de pessoas.