Brasília, 26 de julho de 2023 (OPAS/OMS) - A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizou um diálogo multissetorial com governos, academia, sociedade civil e setor privado para discutir os desafios e oportunidades no fortalecimento das cadeias de valor e para fomentar a colaboração das partes interessadas, fortalecendo assim a inovação, o desenvolvimento e a produção de vacinas e outras tecnologias de interesse para a saúde pública na América e no Caribe.
Representantes de 13 países da Região participaram dos debates: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Também participaram representantes de câmaras empresariais, produtores públicos, financiadores e academia.
O evento contou com quatro painéis desenhados para proporcionar aos participantes a oportunidade de discutir sobre pesquisa e desenvolvimento, regulamentação, instrumentos de política industrial e articulação e integração de cadeias de valor de vacinas e outras tecnologias em saúde.
O chefe interino do Programa Especial da Plataforma Regional para Inovação e Produção de Medicamentos e Tecnologias em Saúde, Tomás Pippo, enfatizou que os países da América Latina e Caribe devem trabalhar juntos com o objetivo de fortalecer as cadeias de valor para a produção de vacinas e outras tecnologias de saúde. Destacou ainda que todos os atores têm a oportunidade de se inserir na cadeia de valor e podem ser participantes ativos para gerar soluções de integração e formar alianças estratégicas, complementando diferentes capacidades.
Os diálogos multissetoriais promovidos pela OPAS buscam criar um ambiente propício para debates, explorar oportunidades, mapear desafios, identificar soluções inovadoras e promover a conexão entre os diversos atores do ecossistema de inovação e produção de vacinas e outras tecnologias em saúde.
De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, Carlos Gadelha, o encontro foi uma oportunidade de discutir formas de os países superarem as barreiras para o desenvolvimento. Gadelha ressaltou que a lacuna no conhecimento e em tecnologia é uma das causas das desigualdades regionais e dificuldades de acesso à saúde.
A representante da OPAS no Brasil, Socorro Gross, referiu-se às dificuldades impostas pela COVID-19, que levaram a Região a abordar a produção sob uma nova perspectiva, e destacou que os países têm feito grandes esforços para garantir o acesso a produtos básicos. Gross lembrou que, para enfrentar os desafios da pandemia, a OPAS ofereceu aos países a oportunidade de adquirir produtos de saúde em larga escala, a preços acessíveis, por meio do Fundo Rotatório para Acesso a Vacinas e do Fundo Estratégico para aquisição conjunta de medicamentos essenciais e suprimentos de saúde pública.
Fortalecer a integração das cadeias de valor na América Latina e no Caribe é um tema estratégico de grande relevância. Em uma região com mais de 660 milhões de habitantes, a indústria farmacêutica está em crescimento e possui um grande potencial para contribuir à produção de medicamentos e outras tecnologias em saúde. No entanto, existem vários desafios a serem superados em razão da dependência regional de importações essenciais vindas de outras regiões e da vulnerabilidade das cadeias de suprimentos.
Previamente ao encontro, a OPAS promoveu um seminário com representantes da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México para receber observações em relação ao estudo de ecossistemas de políticas para aumentar a capacidade de produção de medicamentos, vacinas e outros tecnologias de saúde na Região. O estudo busca contribuir ao desenvolvimento de políticas que permitam aos países responder adequadamente durante uma emergência de saúde, bem como produzir medicamentos e outras tecnologias em saúde quando necessário.
O seminário foi conduzido pelo Grupo de Investigação do Centro Colaborador do SUS para Avaliação de Tecnologias e Excelência em Saúde, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Este evento foi realizado graças ao apoio da Global Affairs Canada (GAC).