27 de setembro de 2019 – Os países das Américas confirmaram 6.541 casos de sarampo, incluindo cinco mortes, neste ano. Os dados são da mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A doença foi notificada por 14 países, de 1 janeiro a 25 de setembro, sendo a maior proporção registrada no Brasil (4.476*), Estados Unidos (1.241) e Venezuela (449).
Os demais casos foram reportados por: Argentina (12), Bahamas (1), Canadá (111), Chile (8), Colômbia (203), Costa Rica (10), Cuba (1), Curaçao (1), México (17), Peru (2) e Uruguai (9). No dia 7 de agosto, data em que a atualização epidemiológica anterior foi publicada, a Região das Américas havia confirmado 2.927 casos de sarampo. Em 18 de junho, eram 1.722 casos.
Para controlar a propagação dessa doença, a OPAS recomenda aos países das Américas: manter a cobertura vacinal da população-alvo em ao menos 95% (com duas doses da vacina, segundo calendário vacinal de cada país), manter ações de vigilância epidemiológica, prestação dos serviços de saúde, e comunicação efetiva no setor saúde, na comunidade e em outros setores, a fim de aumentar a imunidade da população e detectar/responder rapidamente a casos suspeitos de sarampo.
A Organização também recomenda aos países que orientem todos os viajantes internacionais, com idade a partir de 6 meses que não se vacinaram ou não possam comprovar a vacinação, a receberem as vacinas contra sarampo e rubéola. A vacina deve ser administrada pelo menos duas semanas antes da viagem para as áreas com transmissão de sarampo.
O organismo internacional ressalta ainda a importância de se vacinar populações em risco, como profissionais de saúde, pessoas que trabalham nas áreas de turismo e transporte (hotelaria, aeroportos, motoristas de táxi, etc.) e viajantes internacionais, bem como identificar fluxos migratórios do exterior (chegada de estrangeiros) e fluxos internos (movimentos de grupos populacionais).
Além disso, a OPAS orienta que, durante surtos, seja estabelecido um manejo correto de casos para evitar a transmissão dentro de serviços de saúde, com um fluxo adequado de pacientes para salas de isolamento (evitando o contato com outros pacientes em salas de espera e/ou locais de internação).
Acesse a íntegra da atualização epidemiológica com dados fechados em 25 de setembro de 2019: em espanhol ou inglês.
Brasil
O Brasil tem tomado várias ações para responder ao surto de sarampo e aumentar o número de pessoas vacinadas. O país também está intensificando a vacinação nas cidades fronteiriças dos países que compõem atualmente o bloco intergovernamental Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).
A OPAS está auxiliando o Brasil na compra de vacinas e, junto com o Ministério da Saúde, está apoiando o estado de São Paulo no fortalecimento de seu sistema de vigilância epidemiológica e laboratorial, bem como na condução de análises para determinar a população não vacinada e as necessidades de vacinas.
*O Ministério da Saúde do Brasil atualizou seus dados após o fechamento do informe da OPAS. Confira aqui: http://saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45845-ministerio-da-saude-lanca-edicao-especial-com-dados-de-doencas-que-atingiram-o-pais-nos-ultimos-16-anos?utm_source=agencia-saude&utm_medium=agencia-saude.
Mundo
Os surtos de sarampo continuam a se espalhar rapidamente pelo mundo, de acordo com os últimos relatórios preliminares fornecidos à OMS. Essa situação ocorre após sucessivos aumentos anuais desde 2016, indicando um crescimento preocupante e contínuo da carga global do sarampo no mundo.
Neste ano, a República Democrática do Congo, Madagascar e Ucrânia foram os países que notificaram o maior número de casos. No entanto, o número caiu significativamente em Madagascar nos últimos meses como resultado de campanhas nacionais de vacinação de emergência contra o sarampo, destacando a eficácia da vacinação para acabar com os surtos e proteger a saúde.
Grandes surtos estão em curso em Angola, Camarões, Chade, Cazaquistão, Nigéria, Filipinas, Sudão do Sul, Sudão e Tailândia.
Os maiores surtos estão em países que têm atualmente ou tiveram no passado baixa cobertura vacinal contra o sarampo, deixando muitas pessoas vulneráveis à doença. Ao mesmo tempo, surtos prolongados estão ocorrendo mesmo em países com altas taxas nacionais de vacinação. Isso resulta de desigualdades na cobertura de vacinas e de lacunas e disparidades entre comunidades, áreas geográficas e entre faixas etárias. A doença pode se espalhar rapidamente.
Os Estados Unidos têm notificado sua maior contagem de casos de sarampo em 25 anos. Na Região Europeia da OMS, foram registrados cerca de 90 mil casos nos primeiros seis meses de 2019, superando a quantidade identificada em todo o ano de 2018 (84.462) – tornando-se já a maior desta década.