27 de setembro de 2018 – Os ministros da Saúde das Américas concordaram nesta quarta-feira (26) em implementar uma série de ações estratégicas para reduzir novos casos de câncer do colo do útero e mortes pela doença em um terço na região até 2030.
Trinta e cinco países e territórios do hemisfério ocidental aprovaram o documento Plan of Action for Cervical Cancer Prevention and Control 2018-2030 (Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Câncer do Colo do Útero 2018-2030, em tradução livre para o português) no 56º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), realizado até esta quinta-feira (27), em Washington, EUA.
“Nenhuma mulher deve morrer de câncer do colo do útero, que pode ser prevenido, detectado precocemente e tratado de forma eficaz”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. "Reduzir a carga dessa doença é possível e o plano aprovado é uma expressão do compromisso dos países para conseguir isso", acrescentou.
O câncer é a segunda principal causa de morte nas Américas. Em 11 países, o câncer do colo do útero é a principal causa de mortes por câncer entre as mulheres e em 12 países ocupa o segundo lugar. Todos os anos, estima-se que 83.200 mulheres são diagnosticadas e 35.680 mulheres morrem pela doença na região, 52% delas antes dos 60 anos.
Ao adotar o plano de ação, os países concordaram em melhorar a eficácia e a organização dos programas e sistemas de informação e registro de câncer do colo do útero, bem como em fortalecer a prevenção primária com a vacina contra o HPV e campanhas de informação/educação. Também se comprometeram a implementar estratégias inovadoras para melhorar o rastreamento do câncer do colo do útero e o tratamento de lesões pré-cancerosas. Esforços também serão feitos para melhorar o acesso a serviços para o diagnóstico de câncer, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos.
O acesso desigual à prevenção, diagnóstico e tratamento é um grande desafio. O câncer de colo de útero afeta mais mulheres indígenas, afrodescendentes e pessoas que vivem em áreas menos desenvolvidas, bem como aquelas com baixos níveis socioeconômicos, educacionais e de renda.
Para reduzir a carga de câncer do colo do útero, o plano de ação inclui um alvo de vacinação de mais de 80% das meninas de 9 a 14 anos de idade contra o papilomavírus humano (HPV), a causa do câncer do colo do útero. A iniciativa também propõe rastrear pelo menos 70% das mulheres de 30 a 49 anos de idade e tratar lesões pré-cancerosas em todas as mulheres que as possuem.
“Somente com a participação da comunidade e com a implementação de programas de vacinação contra o HPV em larga escala, além dos serviços de rastreio do câncer do colo do útero acessíveis a todas as mulheres, podemos acelerar as conquistas, prevenir novos casos e salvar vidas”, disse Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS/OMS.
A vacina contra o HPV foi introduzida pela primeira vez na região em 2006. Aproximadamente 31 países e territórios nas Américas incluem essa vacina em seus programas nacionais de imunização. No entanto, a cobertura vacinal com as duas doses requeridas varia consideravelmente de país para país e é geralmente mais baixa do que a cobertura ideal necessária para a máxima eficácia.
O rastreamento do câncer do colo do útero está disponível em quase todos os países das Américas, com os exames de papanicolau mais comumente usados. No entanto, o teste de HPV, que é mais eficaz, só foi adotado em nove países. A expansão de seu uso pode melhorar a eficácia e a cobertura para atingir as 32 milhões de mulheres que precisam de triagem.
O plano de ação estabelece que a detecção por si só não é suficiente para prevenir o câncer do colo do útero. É essencial tratar as mulheres que precisam. No entanto, existem lacunas no acesso a esses serviços. Outro desafio é o acesso limitado aos cuidados paliativos, que apenas 10 países da região relatam oferecer.
Mais leis são necessárias para controlar limites de velocidade no trânsito
Os países da região das Américas fizeram progressos em relação à segurança no trânsito ao longo da última década, particularmente no desenvolvimento e designação de órgãos de coordenação para o enfrentamento desses problemas. No entanto, ainda são necessárias reformas para melhorar as leis sobre limites de velocidade e o uso obrigatório de capacetes para motociclistas, bem como cintos de segurança.
Essas são as conclusões do relatório final sobre o Plano de Ação para a Segurança no Trânsito (2012-2017), apresentado nesta semana pela OPAS aos países membros durante o 56º Conselho Diretor. O plano, adotado em 2011 para atender à necessidade de melhorar a segurança no trânsito, estabeleceu uma série de diretrizes para ações e iniciativas do setor da saúde para prevenir lesões no trânsito.
Todos os anos, os acidentes no trânsito matam aproximadamente 154 mil pessoas na região das Américas, de acordo com relatório da OPAS/OMS de 2016. Pedestres, ciclistas e motociclistas representam quase metade de todas essas mortes. As lesões causadas nas vias são um problema de saúde pública que sobrecarrega os sistemas de saúde. As leis de segurança viária mudam a cultura da mobilidade, melhoram o comportamento dos usuários das vias e contribuem efetivamente para reduzir acidentes, ferimentos e mortes.
Mais informações em inglês e espanhol.
Países das Américas podem acabar com mortalidade infantil evitável alcançando grupos mais vulneráveis
Os países das Américas registraram grandes avanços na redução das taxas de mortalidade infantil, mas o progresso em termos de carga de doenças e cobertura das intervenções de saúde continua distribuído de maneira desigual. Para acabar com a mortalidade infantil evitável, é preciso agora fazer mais para melhorar o monitoramento das desigualdades, visar as crianças vulneráveis e incorporar abordagens de gênero e etnia nas políticas e serviços de saúde infantil.
Essas são as conclusões do relatório final sobre a Estratégia e Plano de Ação para a Saúde Integral na Infância (2012-2017), apresentado nesta semana pela OPAS. A iniciativa, adotada em 2012 para reduzir a mortalidade infantil e apoiar os países no avanço da saúde e bem-estar infantil, propôs cinco linhas estratégicas de ação para promover uma abordagem eficaz, multissetorial, orientada à vida e à equidade para a saúde infantil.