26 de setembro de 2018 – A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) destacou nesta terça-feira (25), em Brasília, que os países devem fazer um esforço conjunto, a fim de cumprirem as metas globais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para redução da poluição do ar.
“Vivemos um cenário alarmante no mundo em relação à qualidade do ar. Sete milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência da poluição da atmosfera e até mesmo no interior das suas casas. E nove em cada 10 pessoas respiram ar contendo altos níveis de poluentes”, afirmou Katia de Pinho Campos, coordenadora de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental do escritório da OPAS/OMS no Brasil.
A declaração foi dada em uma reunião preparatória para a Primeira Conferência Global sobre Poluição do Ar e Saúde da OMS, que termina nesta quarta-feira (26). “A ideia é que as deliberações deste evento possam contribuir para uma agenda sistemática de medidas práticas para reduzir os índices de poluição do ar nas cidades do Brasil, contribuindo também para a diminuição dos poluentes em nível global”.
Também participam do evento membros da ONU Meio Ambiente, Ministério da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério das Cidades, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Ministério do Meio Ambiente, Ministério dos Transportes, Ministério de Minas e Energia, Universidade do Estado de Mato Grosso, Universidade de São Paulo, Instituto Saúde e Sustentabilidade, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Procuradoria Regional da República, Instituto Energia e Meio Ambiente e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.
A iniciativa da OPAS/OMS, de reunir em uma mesma discussão organismos internacionais, academia e instituições governamentais nacionais e subnacionais, busca ressaltar a importância do trabalho conjunto dos setores da saúde, meio ambiente, energia, transportes e mobilidade urbana no fortalecimento de ações para evitar ambientes poluídos e contaminados.
Material particulado
Mais de 4,3 mil cidades em 108 países estão incluídas no banco de dados de qualidade do ar ambiente da OMS, tornando-o o banco de dados mais abrangente do mundo sobre poluição do ar. Desde 2016, outras 1.000 cidades foram adicionadas ao banco de dados da OMS. Isso revela que mais países estão medindo a poluição do ar e tomando ações para reduzi-la.
A base de dados coleta as concentrações médias anuais de material particulado fino (PM10 e PM2.5). Essas partículas penetram profundamente no corpo, causando acidentes vasculares cerebrais (AVC), doenças cardiovasculares, câncer de pulmão, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e infecções respiratórias, inclusive pneumonia. O PM2.5 inclui poluentes como sulfato, nitratos e carbono negro, que representam os maiores riscos para a saúde humana.
A OPAS/OMS recomenda que os países reduzam seus índices de poluição do ar para valores médios anuais de 20 μg/m3 (para PM10) e 10 μg/m3 (para PM2.5).
Foto 1: OPAS/OMS
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