Washington, DC, 24 de abril de 2020 — O trabalho para prevenir, detectar e tratar a malária nas Américas deve ser mantido enquanto se responde à pandemia de COVID-19, recomendaram nesta sexta-feira (24) especialistas da OPAS/OMS, pedindo solidariedade entre a comunidade global em referência ao Dia Mundial de luta contra a Malária, celebrado neste sábado (25).
É essencial sustentar esforços no diagnóstico, tratamento e vigilância da malária, garantindo que as melhores práticas para proteger profissionais de saúde e comunidades sejam seguidas e alinhadas às diretrizes nacionais de COVID-19, disse Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da OPAS.
Em reuniões virtuais com líderes e parceiros nacionais do programa de malária, especialistas destacaram aos países a importância de se manter o trabalho para prevenir, detectar e tratar a malária, em sinergia com a resposta à pandemia da COVID-19.
As intervenções devem considerar a importância de se reduzir os casos e mortes pela malária, garantindo a segurança das comunidades e de profissionais de saúde, acrescentaram os especialistas. A OPAS/OMS forneceu orientações sobre como conduzir adequadamente atividades de malária em vários cenários, dado o contexto de mudança da situação da COVID-19 nas Américas.
Garantir o teste e o tratamento adequado dos pacientes, bem como as principais medidas de prevenção da malária, como redes tratadas com inseticida e pulverização residual interna, são estratégias importantes para reduzir a tensão nos sistemas de saúde, afirmaram os especialistas.
Desde a implementação da estratégia Diagnóstico-Tratamento-Pesquisa e Resposta (DTI-R, sigla em inglês), em 2018, vinculada à Estrutura da OMS para Eliminação da Malária, as áreas endêmicas da doença na Região orientaram seus esforços em prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento de casos.
Proteger os ganhos contra a malária e avançar com as principais intervenções contra a doença, como o reforço dos sistemas de saúde e vigilância, também contribui para uma melhor compreensão da evolução da pandemia de COVID-19, observaram os técnicos da OPAS.
Realizações e desafios para a eliminação da malária nas Américas
Em 2019, a Argentina foi certificada como livre de malária, após a consecução desse objetivo pelo Paraguai em 2018. El Salvador completou três anos sem transmissão local e provavelmente será certificado como livre de malária este ano. Belize também não teve transmissão local em 2019, colocando-se no caminho da certificação livre de malária em 2022.
No entanto, de acordo com o Relatório Mundial da Malária da OMS de 2019, não houve avanços globais na redução de novas infecções no período de 2014 a 2018. Os desafios nas Américas incluem um aumento na transmissão relacionada à mineração de ouro e movimentos da população vulnerável entre e dentro dos países, bem como o enfraquecimento das ações dos programas de malária que podem piorar no contexto da COVID-19.