20 de dezembro de 2017 – A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) tem recomendado uma série de iniciativas, baseadas nas melhores evidências científicas disponíveis, para auxiliar os países das Américas na redução do número de fumantes. Recentemente, o Brasil fortaleceu uma delas ao atualizar as imagens de advertência nos rótulos dos cigarros e demais produtos derivados do tabaco.
De acordo com informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as novas mensagens apresentam uma comunicação mais direta com os consumidores sobre os riscos que esses produtos causam à saúde e utilizam um conjunto de cores para dar maior destaque e visibilidade. As advertências padrão têm os temas: câncer de boca, cegueira, envelhecimento, fumante passivo, impotência sexual, infarto, trombose, gangrena e parto prematuro.
A atualização e o uso das advertências sanitárias nas embalagens dos produtos derivados do tabaco estão previstos na Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial de Saúde (OMS), da qual o Brasil é signatário. Várias evidências científicas internacionais já demostraram que os textos e as imagens de advertência devem ser trocados periodicamente para não perderem a efetividade de impactar e gerar aversão.
Atualmente, também está em análise no Parlamento brasileiro a adoção pelo país das embalagens padronizadas. Essa é outra recomendação da OPAS/OMS, que busca restringir ou proibir o uso de logotipos, cores, imagens da marca ou informações promocionais, permitindo apenas os nomes da marca ou do produto, com cores e fontes tipográficas padrão.
“A ideia é acabar com a estratégia utilizada pela indústria do tabaco de criar embalagens que são verdadeiras peças publicitárias móveis, com poder de tornar os produtos mais atraentes, promovendo o seu consumo, principalmente entre crianças e jovens”, destaca o consultor de Tabaco do escritório da OPAS/OMS no Brasil, Diogo Alves.
Controle
O controle do tabagismo é um poderoso instrumento para melhorar a saúde da população. Globalmente, mais de sete milhões de pessoas perdem a vida a cada ano, vitimadas por doenças causadas pelo consumo do tabaco – como câncer e diabetes. Esse produto é responsável por mais de 1,4 trilhão de dólares (4,3 trilhões de reais) em custos de saúde e perda de produtividade no mundo.
Na Região das Américas, um avanço importante foi a aprovação, em setembro deste ano, da Estratégia e do plano de ação para fortalecer o controle do tabaco entre 2018 e 2022. O documento tem o objetivo de acelerar a implementação de medidas que fazem parte da CQCT.
A OPAS/OMS também tem se manifestado favoravelmente à proibição do uso de aditivos em produtos derivados do tabaco no Brasil. Esses agentes são usados para, por exemplo, modificar o sabor e o cheiro de cigarros, tornando-os mais atrativos, principalmente para os jovens.