19 de fevereiro de 2018 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma nova comissão de alto nível, composta por chefes de Estado e ministros, líderes em saúde e desenvolvimento e empresários. O grupo deve propor soluções arrojadas e inovadoras para acelerar a prevenção e o controle dos principais assassinos mundiais – as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como doenças cardíacas e pulmonares, cânceres e diabetes.
A Comissão Independente Mundial de Alto Nível da OMS sobre DCNTs é co-presidida pelo presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez; pelo presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena; pelo presidente da Finlândia, Sauli Niinistö; pela ministra da Saúde da Federação Russa, Veronika Skvortsova; e pela ex-ministra federal do Paquistão, Sania Nishtar.
Sete em cada 10 mortes registradas no mundo todos os anos ocorrem devido às doenças crônicas não transmissíveis, sendo o uso do tabaco, consumo nocivo do álcool, dietas pouco saudáveis e inatividade física seus principais contribuintes. Mais de 15 milhões de pessoas com idade entre 30 e 70 anos morrem por DCNTs anualmente. Os países de baixa e baixa-média renda média são cada vez mais afetados – metade das mortes prematuras por DCNTs ocorrem nesses países. Muitas vidas podem ser salvas por meio do diagnóstico precoce e do acesso melhorado a tratamentos acessíveis e de qualidade, bem como de uma abordagem de todo o governo para reduzir os principais fatores de risco.
"As DCNTs são os principais assassinos evitáveis globais, mas o mundo não está fazendo o suficiente para preveni-los e controlá-los", disse Vázquez. "Temos que nos perguntar se queremos condenar as gerações futuras a morrerem muito jovens e viverem com problemas de saúde e oportunidades perdidas. A resposta é claramente ‘não’. Mas há muito o que podemos fazer para salvaguardar e cuidar das pessoas, protegendo todos do tabaco, uso nocivo do álcool, alimentos não saudáveis e bebidas açucaradas, para oferecer às populações os serviços de saúde que precisam para deter as DCNTs a tempo”.
Michael R. Bloomberg, embaixador mundial da OMS para Doenças Crônicas Não Transmissíveis e membro da comissão, disse que "pela primeira vez na história, mais pessoas morrem por doenças não transmissíveis, como enfermidades cardíacas e diabetes, do que por doenças infecciosas. Essa perda de vida humana não poupa ninguém – rico ou pobre, jovem ou idoso – e impõe altos custos econômicos às nações. Quanto mais apoio público construímos para as políticas governamentais que comprovadamente salvam vidas – como essa Comissão –, mais progressos podemos fazer em todo o mundo".
A nova comissão foi criada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e funcionará até outubro de 2019. Proporcionará recomendações viáveis para contribuir com a Terceira Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre DCNTs, programada para o segundo semestre de 2018. Isso inclui a apresentação do primeiro relatório ao diretor-geral, no início de junho."Todos merecem o direito a uma vida saudável", afirmou Tedros. "Podemos vencer os condutores da epidemia de DCNTs, que estão entre os principais obstáculos para a saúde no mundo. Espero que a comissão nos mostre novas formas de desbloquear as barreiras à boa saúde e identifique medidas inovadoras, audaciosas e práticas para aumentar a prevenção e o tratamento das DCNTs, proporcionando saúde para todos".
Nishtar explicou que o estabelecimento da comissão acontece em um momento oportuno, à medida que o mundo se prepara para a reunião de alto nível da ONU sobre as DCNTs. "Este ano, os governos serão responsabilizados pelo progresso que fizeram para proteger seus cidadãos das doenças crônicas não transmissíveis”, disse. "Embora tenha havido melhorias em alguns países e regiões, a taxa global de progresso foi inaceitavelmente lenta. Isso resulta em muitas pessoas sofrendo e morrendo desnecessariamente por DCNTs, deixando famílias, comunidades e governos a cargo dos custos humanos e econômicos".
A Assembleia Mundial da Saúde aprovou o conjunto de "melhores compras" da OMS e outras intervenções comprovadamente rentáveis para prevenir ou atrasar a maioria das mortes prematuras por DCNTs. Tais medidas, que podem ser facilmente ampliadas nos países, centram-se na prevenção, tratamento e conscientização sobre essas doenças.
[Conteúdo traduzido pela Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil. A versão original, em inglês, foi publicada pela sede da OMS no dia 16 de fevereiro de 2018, no seguinte link].