OPAS publica atualização sobre febre Oropouche

No Brasil, os Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde visitam os moradores locais para ajudar a encontrar e destruir os locais de reprodução de mosquitos
OPAS/OMS/Karina Zambrana
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Washington, D.C., 16 de outubro de 2024 (OPAS) – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu uma atualização epidemiológica sobre a doença causada pelo vírus Oropouche (OROV), destacando a importância de fortalecer o diagnóstico, a gestão clínica, a prevenção e as medidas de controle de vetores na região das Américas.

Do começo deste ano ao início de outubro, foram notificados 10.275 casos confirmados de Oropouche em nove países da região, com o Brasil registrando a maioria dos casos (8.258, incluindo duas mortes). Outros países afetados são Bolívia, Colômbia, Cuba, Equador, Guiana e Peru. Além disso, foram registrados casos importados nos Estados Unidos (90 casos) e no Canadá (2 casos), relacionados a viagens para países com transmissão. Também foram notificados 30 casos importados na Europa.

Desde o último alerta epidemiológico da OPAS, emitido em 6 de setembro, foram reportados 423 casos adicionais de Oropouche, incluindo de dois países que não haviam notificado casos anteriormente, Equador e Guiana.

A febre de Oropouche é uma doença viral que se caracteriza por febre alta, dor de cabeça intensa, fotofobia, dores musculares e articulares, geralmente se resolvendo em 2 a 3 semanas. Em alguns casos, pode causar complicações mais graves, como meningite ou encefalite. Atualmente, não existem vacinas nem tratamentos antivirais específicos disponíveis, e o manejo se concentra no alívio dos sintomas.

Em 2024, o vírus foi detectado em áreas onde a transmissão não havia sido previamente notificada. Óbitos associados à infecção também foram reportados, assim como casos de transmissão vertical (da mãe para o bebê durante a gestação), incluindo mortes fetais e anomalias congênitas.

A OPAS solicitou que os Estados Membros reportem qualquer evento incomum relacionado à doença, incluindo óbitos associados ao OROV e casos de possível transmissão vertical, pois essas informações são cruciais para melhorar a vigilância epidemiológica.

A Organização enfatiza a necessidade de fortalecer a vigilância epidemiológica e entomológica e incentiva a implementação de medidas de controle de vetores, dado que o OROV é transmitido principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis. Também recomenda a promoção de práticas de proteção pessoal para evitar picadas, especialmente para gestantes e populações vulneráveis.

A OPAS incentiva todos os Estados Membros a seguir as diretrizes estabelecidas para a detecção e vigilância da febre de Oropouche e a adotar uma abordagem proativa na notificação de casos e na implementação de estratégias de controle.