Testes de laboratório descartam presença de poliovírus selvagem e derivado de vacinas em caso de paralisia flácida na Venezuela

15 de junho de 2018 – Testes realizados pelo laboratório global especializado em sequenciamento genético descartaram a presença tanto do poliovírus selvagem quanto do poliovírus derivado da vacina (VDPV) em um caso de paralisia flácida na Venezuela. O VDPV é um vírus Sabin com mutações genéticas que lhe conferem a capacidade de produzir a doença. Não há risco de disseminação para a comunidade ou surtos de poliomielite neste caso. 

Uma atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) publicada nesta sexta-feira (15) relatou que um menino de 34 meses apresentou sintomas de paralisia flácida aguda (PFA) em 29 de abril de 2018. Essa criança vive em uma comunidade com baixa cobertura de vacinação no delta do Orinoco, estado Delta Amacuro, na Venezuela. Um vírus de pólio Sabin tipo 3 havia sido isolado inicialmente de amostras de fezes da criança. 

 

150618 poliomielite

A presença desse vírus foi confirmada pelo laboratório de referência mundial. O isolamento do poliovírus Sabin tipo 3 é possível em crianças e comunidades imunizadas com a vacina oral bivalente contra a poliomielite, que contém cepas de Sabin tipo 1 e tipo 3 atenuadas (inativadas). 

Diversas causas e doenças podem levar à paralisia flácida aguda, sendo o poliovírus apenas uma delas. Em casos raros, o vírus da vacina pode estar associado à paralisia. Como parte dos esforços globais de vigilância da pólio, mais de 100 mil casos de PFA são detectados e investigados em todo o mundo a cada ano. 

A criança está sendo avaliada clinicamente para estabelecer as causas alternativas da paralisia. A classificação final do caso de paralisia flácida aguda (para definir se está ou não associada à vacina) será baseada em critérios clínicos e virológicos, bem como monitoramento dos primeiros 60 dias após o início da paralisia. 

A OPAS pede que os países mantenham uma forte vigilância, juntamente com uma alta cobertura de vacinação contra a poliomielite em todas as comunidades, a fim de minimizar o risco e as consequências de qualquer eventual reintrodução ou reaparecimento do poliovírus. O organismo internacional e os parceiros da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio continuarão apoiando as autoridades locais e nacionais de saúde pública nesses esforços. 

A atualização epidemiológica sobre sarampo está disponível em espanhol e em inglês.