13 de abril de 2018 – A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) esclarece que o suposto “vírus H2N3” não circula em nenhum lugar do mundo. O organismo internacional está preocupado com a série de boatos sobre gripe (influenza) circulando em áudios e textos em redes sociais ou aplicativos de mensagem no Brasil.
Em um áudio, por exemplo, uma voz feminina diz que a OMS supostamente “não quer divulgar” casos confirmados de mortes por um “vírus H2N3” no estado de Goiás para “não alarmar” a população. Além disso, um texto pede que as pessoas façam gargarejos e limpem as narinas “com água morna contendo sal de cozinha” para “prevenir a proliferação do vírus da gripe”. A primeira informação é falsa e a segunda não tem base em evidências científicas.
A medida mais eficaz para a prevenção da influenza grave e de suas complicações é a vacinação. Entre outras importantes ações preventivas estão lavar as mãos regularmente (com secagem adequada), evitar tocar nos olhos, nariz ou boca, bem como o contato próximo com pessoas doentes; autoisolamento precoce daqueles que se sentem mal, febris e apresentam outros sintomas da gripe; cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, usando tecidos e descartando-os adequadamente.
Os vírus da influenza mudam constantemente. Por isso, a Rede Global de Vigilância de Influenza da OMS (GISN, na sigla em inglês), uma aliança de 144 Centros Nacionais de Influenza de todo o mundo, monitora os vírus que circulam em humanos.
Do total de Centros, três ficam no Brasil. E, por meio deles, o país pôde identificar que os tipos de vírus de influenza que atualmente circulam no território brasileiro são o influenza A (H1N1pdm09), A (H3N2) e influenza B. A vacina contra a gripe que será aplicada em uma campanha do Ministério da Saúde do Brasil, na segunda quinzena deste mês, protege contra esses três tipos de vírus.
O estado de Goiás iniciou nesta sexta-feira (13) uma campanha antecipada de vacinação contra influenza A, devido a um surto de Influenza por H1N1 no mês de março, na Vila São Cotollengo, em Trindade, na região Metropolitana de Goiânia.
Cepas de vírus no mundo
A influenza sazonal é uma infecção respiratória aguda causada por vírus da influenza que circulam em todas as partes do mundo. Atualmente, há quatro tipos de vírus de gripe sazonal: A, B, C e D. Os vírus influenza tipo A são classificados em subtipos de acordo com as combinações de duas proteínas diferentes, a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N), localizadas na superfície do vírus. Os subtipos de vírus da gripe A que circulam atualmente no mundo entre seres humanos são os da influenza A (H1N1) e A (H3N2).
O A (H1N1) também é conhecido como A (H1N1) pdm09, porque causou uma pandemia em 2009 e posteriormente substituiu o vírus da gripe sazonal A (H1N1) que havia circulado antes de 2009. Pelo que se sabe até hoje, apenas vírus influenza tipo A já causaram pandemias.
Os vírus influenza B não são classificados em subtipos, mas podem ser divididos em duas linhagens, denominadas B/Yamagata ou B/Victoria.
Os vírus da gripe A e B circulam e causam surtos e epidemias. Devido a esta razão, as estirpes relevantes dos vírus da gripe A e B estão incluídas nas vacinas contra a gripe sazonal. O vírus influenza C é detectado com muito menos frequência e geralmente provoca infecções leves, não apresentando implicações significativas para a saúde pública.
Os vírus da influenza D afetam principalmente o gado e não parecem ser causa de infecção ou doença no ser humano.
Produção de vacina
A produção da vacina contra influenza no Brasil começa a partir do mês de setembro, quando a OMS dá autorização para que os laboratórios o fabriquem. Essa medida é necessária porque todos os anos é preciso avaliar quais as cepas (tipo) do vírus que mais circularam no hemisfério sul, no ano anterior. Após essa autorização, os laboratórios levam em torno de seis meses para produzir a vacina que será disponibilizada à população.