Governos, academia, sociedade civil e especialistas de 30 países e territórios das Américas lançam movimento regional pela saúde universal

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13 de dezembro de 2017 – Um movimento regional pela saúde universal foi lançado nesta terça-feira (12) em Quito, Equador, para identificar os obstáculos e gerar alianças que permitam aos países das Américas alcançar a meta de saúde para todos até 2030, sem deixar ninguém para trás.  

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, afirmou que “a saúde universal é mais necessária que nunca” e sustentou que o caminho para alcançá-la “não é fácil, mas é possível e urgente”.  

Mesmo após 40 anos da Declaração de Alma-Ata, que impulsionou os valores do direito à saúde, equidade e solidariedade, a região das Américas continua sendo uma das mais desiguais do mundo. Um terço da população ainda enfrenta barreiras de acesso aos serviços de saúde.  

“Garantir o direito à saúde implica em eliminar todos os tipos de barreiras para o acesso aos serviços”, assegurou Etienne durante o encerramento da reunião regional sobre saúde universal na capital do Equador. Além disso, a diretora da OPAS destacou a necessidade de acelerar a transformação dos sistemas de saúde para que sejam integrais, de qualidade e centrados nas necessidades da população.  

Verónica Espinosa, ministra da Saúde do Equador, pontuou que o encontro foi uma oportunidade para reafirmar o compromisso com os princípios da Declaração de Alma-Ata e marca o início de um ano para aperfeiçoá-los. “Nunca antes houve tanta tecnologia, tanto conhecimento e vontade política como agora”, considerou.  

Espinosa disse que “conta com recursos finitos, mas necessidades infinitas” e manifestou que, por meio de vontade política, diálogo e maiores esforços, será possível avançar rumo à saúde universal, algo que, segundo ela, será conquistado “a partir do território, com as pessoas, para as pessoas e com uma atenção à saúde renovada”.  

Lançado no Dia Universal da Saúde, o movimento, chamado de Fórum Regional Saúde Universal no século XXI: 40 anos de Alma-Ata, é integrado por representantes de governo, academia, sociedade civil e especialistas de 30 países e territórios da região.  

A vice-presidenta do Equador, María Alejandra Vicuña, ratificou o compromisso de seu país em continuar trabalhando para alcançar a saúde universal e o desenvolvimento sustentável, algo que requer, segundo ela, a erradicação das causas estruturais da pobreza, sendo uma delas a falta de acesso à saúde. “Não podemos falar sobre garantir o direito à saúde sem água potável e saneamento básico para todos, sem habitações seguras e dignas”, defendeu.  

Uma comissão de alto nível conduzirá as atividades do movimento e elaborará as recomendações que guiarão o caminho a ser seguido para conquistar o acesso e a cobertura de saúde para todos em 2030. A OPAS atua como secretariado técnico do fórum.