OPAS publica atualização sobre febre Oropouche nas Américas

Maruim (Culicoides paraenses) y del mosquito Culex quinquefasciatus, vectores del virus Oroupuche
©Bruna Lais Sena do Nascimento - Laboratório de Entomologia Médica/SEARB/IEC
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Washington, D.C., 10 de setembro de 2024 (OPAS) – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu uma nova atualização sobre a febre do Oropouche (OROV) nas Américas, pedindo aos países que reforcem a vigilância, notifiquem quaisquer eventos incomuns e fortaleçam as medidas de prevenção e controle de vetores.

Em 2024, o vírus foi detectado em áreas onde a transmissão não havia sido registrada anteriormente. Além disso, foram notificadas mortes associadas à infecção, bem como casos de transmissão vertical. Desde o último alerta epidemiológico da OPAS, emitido em 1 de agosto de 2024 e até 6 de setembro, foram notificados mais 1.774 casos de Oropouche em seis países, elevando o total para 9.852 casos confirmados. O Brasil continua sendo o país mais afetado, com 7.931 casos e duas mortes.

Os outros países atualmente são Bolívia (356 casos), Colômbia (74 casos), Cuba (506 casos), Peru (930 casos) e, mais recentemente, a República Dominicana (33 casos). Além disso, foram notificados casos importados nos Estados Unidos (21 casos) e no Canadá (1 caso), após viagens a países endêmicos. Também foram documentos 30 casos importados na Europa.

Quanto à transmissão de gestante para o feto, foram confirmados no Brasil um caso de morte fetal e um caso de anomalia congênita. Estão em andamento investigações sobre outras mortes fetais, abortos e anomalias congênitas.

A febre de Oropouche é uma doença viral caracterizada por febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações. Em alguns casos, ela pode causar complicações mais graves, como meningite ou encefalite. Embora a maioria das pessoas se recupere totalmente, não há tratamento específico. A prevenção é essencial.

O vírus é transmitido principalmente pela picada de maruins infectados – pequenos insetos que costumam picar durante o dia e que vivem em áreas úmidas com matéria orgânica e em áreas arborizadas.

Dado o aumento de casos em 2024, a OPAS reitera a importância de se implementarem medidas preventivas, especialmente para gestantes. Entre elas:

  • Utilizar mosquiteiros de malha fina em portas e janelas, com orifícios menores que 1 milímetro, para evitar a entrada de vetores.
  • Usar roupas de mangas compridas e calças compridas, especialmente em casas onde houver uma ou mais pessoas doentes.
  • Aplicar repelentes de insetos que contenham DEET nas áreas expostas da pele.
  • Em situações de surto, evitar atividades ao ar livre durante o amanhecer e o anoitecer, quando a atividade dos vetores é maior.
  • Buscar atendimento médico em caso de qualquer sintoma suspeito.

PAHO continues to monitor the situation and work closely with member countries to control the spread of the virus and minimize its impact on public health.

A OPAS continua monitorando a situação e trabalhando em estreita colaboração com os países membros para controlar a propagação do vírus e minimizar seu impacto na saúde pública.

No último dia 6 de setembro, a Organização realizou um webinar focado na vigilância entomológica e no controle vetorial do vírus Oropouche. Especialistas da OPAS, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Brasil e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos discutiram aspectos-chave da vigilância e controle do maruim Culicoides paraensis e outros potenciais vetores envolvidos na transmissão do OROV.

Durante o evento, a OPAS também apresentou orientações provisórias para vigilância entomológica e medidas de prevenção de vetores do vírus oropouche, que abordam o ciclo de vida dos vetores, bem como métodos de vigilância, captura e processamento do material entomológico coletado, entre outros aspectos.

Para assistir à gravação do webinar, clique aqui.