Campanha antiestigma "Vamos conversar sobre demência" marca início do Mês Mundial da Doença de Alzheimer nas Américas

Alzheimer

1 de setembro de 2019 – A Alzheimer's Disease International (ADI) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançaram neste domingo (1/9) nas Américas uma campanha que incentiva as pessoas a conversarem de maneira mais confortável e aberta sobre a doença de Alzheimer e a demência.

A campanha “Vamos conversar sobre demência”, lançada no marco do Mês Mundial da Doença de Alzheimer, baseia-se no entendimento de que falar sobre a demência ajuda a enfrentar o estigma, normaliza a linguagem e incentiva as pessoas a descobrirem mais sobre a doença e a procurarem ajuda, aconselhamento e apoio.

A ADI e a OPAS estão trabalhando conjuntamente na campanha de conscientização sobre a demência para a Região das Américas como parte do Plano de Ação Regional da OPAS sobre Demência (2015-2019).

O estigma em torno da demência nas Américas ainda é uma grande barreira para as pessoas buscarem ajuda, aconselhamento e apoio. Esse estigma pode ser semelhante ao associado a outras questões de saúde mental, centrar-se no preconceito pela idade, na falta de tratamentos médicos disponíveis e até mesmo ser atribuído a fatores como “bruxaria”, mas há muito apoio disponível em toda a Região e conversar sobre o problema pode ajudar as pessoas a viverem bem pelo maior tempo possível.

A diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, afirmou que o primeiro passo para enfrentar o estigma em torno da demência é estar aberto a conversar. "A falta de conhecimento sobre a demência e como uma pessoa afetada pode se comportar levou ao estigma associado à doença", pontuou Etienne. "Esta campanha se concentrará em aumentar as conversas sobre a demência em todos os lugares, já que conversar é frequentemente o primeiro passo para conscientizar, entender e quebrar barreiras ao diagnóstico e atendimento".

Paola Barbarino, CEO da Alzheimer Disease International, disse que "precisamos levar as pessoas a falarem com mais conforto sobre a doença de Alzheimer e a demência. A demência é uma das crises globais de saúde e assistência social mais significativas do século XXI, com alguém desenvolvendo-a a cada três segundos. No entanto, o estigma que a cerca e a falta de tratamentos disponíveis fazem com que as pessoas demorem a falar sobre ela e procurar aconselhamento e apoio, perdendo um tempo valioso.

No Dia Mundial da Doença de Alzheimer, 21 de setembro, a ADI lançará o Relatório Mundial sobre Alzheimer, que aborda as atitudes globais em relação à demência, com base em uma pesquisa com quase 70.000 pessoas em 155 países. Uma das principais conclusões dessa pesquisa mostra que 95% dos entrevistados acreditam que desenvolverão demência durante a vida. “Devemos romper o estigma e fazer com que as pessoas falem abertamente sobre demência para planejar bem, ter acesso a apoio e até participar da pesquisa”, disse Barbarino.

A demência é uma síndrome que afeta a memória, outras habilidades cognitivas e comportamentos que interferem significativamente na capacidade de uma pessoa de manter suas atividades cotidianas. Embora a idade seja o fator de risco mais forte conhecido para a demência, a condição não é uma parte normal do envelhecimento. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência.

As mortes devido à demência mais que dobraram entre os anos 2000 e 2016, tornando-a a 5ª principal causa de morte global em 2016, em comparação com o 14º lugar em 2000. A prevalência de demência em todo o mundo está aumentando exponencialmente; estima-se que o número previsto de pessoas que vivem com demência triplicará dos 50 milhões atuais para 152 milhões em 2050.

10 sinais de alerta

Para conversar sobre o tema e conhecer mais sobre os sinais precoces de alerta da demência, as pessoas podem responder um questionário virtual com 10 perguntas na página da campanha, que se dirige ao público em geral e aos profissionais de saúde.