EWARS: ferramenta de vigilância em emergências da OPAS/OMS apoia resposta do Brasil às enchentes no Rio Grande do Sul

App EWARS
PMPA/Cristine Rochol
Imagem

Brasília, 17 de junho de 2024 - A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) tem trabalhado em estreita colaboração com o Ministério da Saúde do Brasil, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, a Defesa Civil Nacional e a do Rio Grande do Sul nas ações de resposta às necessidades de saúde das populações afetadas pelas enchentes que atingiram o estado no final de abril e no início de maio de 2024.

Entre as ações está o suporte ao planejamento e análises epidemiológicas com a utilização do EWARS, um sistema de alerta precoce e resposta da OPAS/OMS, além de atividades de campo em apoio ao Comitê de Operações de Emergência local e outras iniciativas. O objetivo do EWARS é facilitar a detecção precoce e a resposta rápida a eventos agudos de saúde pública de qualquer origem, em situações em que há a interrupção dos sistemas oficiais já utilizados no país. 

A utilização ocorre por meio de um aplicativo de celular, no qual é possível abastecer o sistema com informações que incluem vigilância de doenças, vigilância baseada na comunidade, observações ambientais e ecológicas e informações comportamentais relacionadas à saúde, entre outras.

No Rio Grande do Sul, o sistema de alerta precoce começou a ser utilizado no dia 15 de maio para a vigilância sindrômica (de surtos ou riscos populacionais) em abrigos e aldeias indígenas. Foram selecionados 15 abrigos em oito municípios, incluindo Porto Alegre, que é a capital do estado.

As aldeias foram identificadas a partir do critério de atendimento pela Força Nacional do SUS, que é um programa de cooperação do Ministério da Saúde do Brasil para medidas emergenciais de prevenção, assistência e repressão a situações epidemiológicas, de desastres ou de desassistência à população. O EWARS também está sendo utilizado para diagnóstico situacional dos municípios priorizados para monitoramento pela Força Nacional do SUS. 

Para a utilização do aplicativo, a OPAS ofereceu treinamento presencial e online para todas as equipes de profissionais envolvidas. Os trabalhadores da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul e da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde tornaram-se multiplicadores e passaram a realizar os treinamentos posteriormente.  

Outras ações

A OPAS/OMS também está apoiando a resposta à emergência do Rio Grande do Sul com recomendações sobre imunização e na aquisição de vacinas por meio do Fundo Rotatório. Estão sendo adquiridos imunizantes contra hepatite A, raiva, sarampo, caxumba, rubéola e meningite ACWY.

No setor de comunicação de risco, a Organização desenvolveu em conjunto com o Ministério da Saúde materiais informativos com orientações sobre os cuidados necessários de saúde em áreas inundadas, ações para minimizar riscos e recomendações de itens essenciais para levar em caso de evacuação. 

Entre os eventos de saúde comuns após enchentes estão doenças diarreicas agudas e infecções por leptospirose por causa da exposição à água contaminada. O tratamento precoce e adequado dessas doenças pode salvar vidas. Em casos de água contaminada após as enchentes, são necessárias medidas de prevenção, desinfecção e comunicação.

A OPAS/OMS também doou 100 mochilas de emergência de saúde, que foram entregues à Força Nacional do SUS, com medicamentos anti-inflamatórios, antitérmicos e analgésicos; purificadores de água; álcool; curativos; compressas; e equipamentos de proteção como óculos, luvas, máscaras e aventais; além de aparelho de pressão, termômetro, estetoscópio, entre outros.

Os suprimentos e equipamentos enviados nas mochilas podem ser usados para atender a uma variedade de problemas de saúde relacionados a desastres, incluindo controle de infecções, diagnósticos, cuidados com traumas e ferramentas de proteção pessoal.