28 de setembro de 2018 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma nova iniciativa – Global Initiative for Childhood Cancer – com o objetivo de alcançar ao menos 60% de taxa de sobrevivência entre crianças com câncer até 2030, o que pode salvar mais de um milhão de vidas. Essa nova meta representa uma duplicação da taxa de cura para crianças com a doença em todo o mundo.
A iniciativa tem dois objetivos: aumentar a priorização do câncer infantil por meio da conscientização em níveis global e nacional e expandir a capacidade dos países de oferecer as melhores práticas no tratamento da doença entre crianças. Concretamente, a OMS apoiará os governos para avaliar as capacidades atuais no diagnóstico e tratamento do câncer, incluindo a disponibilidade de medicamentos e tecnologias; definir e priorizar programas de diagnóstico e tratamento do câncer; e integrar o câncer infantil em estratégias nacionais, pacotes de benefícios de saúde e esquemas de seguro social.
O câncer é uma das principais causas de morte infantil, com 300 mil novos casos diagnosticados a cada ano entre crianças de 0 a 19 anos. Crianças com câncer em países de baixa e média renda têm quatro vezes mais chances de morrer pela doença do que crianças em países de alta renda. Isso ocorre porque suas enfermidades não são diagnosticadas e, muitas vezes, são forçadas a abandonar o tratamento devido aos altos custos e à falta de treinamento especializado dos profissionais de saúde encarregados de seus cuidados.
A iniciativa da OMS, que envolve o desenvolvimento de um pacote técnico para ajudar a ampliar as capacidades nos sistemas nacionais de saúde, será alcançada com o apoio de uma série de parceiros. Entre eles está o Hospital de Pesquisas St. Jude Children, nos Estados Unidos, o primeiro centro colaborador da Organização em câncer infantil, que destinou US$ 15 milhões para apoiar a implementação da iniciativa.
O lançamento da Global Initiative for Childhood Cancer foi anunciado logo após a Terceira Reunião Global de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que convocou chefes de Estado e ministros para agir com urgência em relação a essas enfermidades – entre elas câncer, diabetes e doenças cardiovasculares e pulmonares, que matam 41 milhões de pessoas a cada ano. O evento é um marco no avanço da realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular em direção à meta 3.4, que prevê a redução da mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis em um terço até 2030.
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