Doze países das Américas notificam mais de 17 mil casos confirmados de sarampo

21 de janeiro de 2019 – Desde o ano passado, 12 países das Américas notificaram 17.361 casos confirmados de sarampo. Os dados são das mais recentes atualizações epidemiológicas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Alguns países não notificaram casos nas primeiras semanas deste ano e outros ainda não registraram as informações.

Até o momento, a distribuição ocorre da seguinte forma: Antígua e Barbuda (1 caso, até novembro de 2018), Argentina (14 casos, até novembro de 2018), Brasil (10.274 casos, incluindo 12 mortes, até janeiro de 2019), Canadá (29 casos, até dezembro de 2018), Chile (24 casos, até janeiro de 2019), Colômbia (212 casos, até janeiro de 2019), Equador (19 casos, até novembro de 2018), Estados Unidos (349 casos, até dezembro de 2018), Guatemala (1 caso, até novembro de 2018), México (5 casos, até novembro de 2018), Peru (38 casos, até novembro de 2018), e Venezuela (6.395 casos, incluindo 76 óbitos, de junho de 2017 a dezembro de 2018).

Em 30 de novembro de 2018, esses mesmos 12 Estados Membros já haviam notificado 16.039 casos confirmados de sarampo, em contraponto com os 385 casos registrados por 11 países (apenas o Chile não fazia parte desse grupo) em abril do mesmo ano.

Para controlar a propagação dessa doença nas Américas, a OPAS recomenda aos países que mantenham a cobertura vacinal da população-alvo em ao menos 95% (com duas doses da vacina) e fortaleçam a vigilância epidemiológica, a fim de aumentar a imunidade da população e detectar/responder rapidamente a casos suspeitos de sarampo.

O organismo internacional também ressalta a importância de se vacinar populações em risco, como profissionais de saúde, pessoas que trabalham nas áreas de turismo e transporte (hotelaria, aeroportos, motoristas de táxi, etc.) e viajantes internacionais, bem como identificar fluxos migratórios do exterior (chegada de estrangeiros) e fluxos internos (movimentos de grupos populacionais).

Além disso, a OPAS orienta que, durante surtos, seja estabelecido um manejo correto de casos para evitar a transmissão dentro de serviços de saúde, com um fluxo adequado de pacientes para salas de isolamento (evitando o contato com outros pacientes em salas de espera e/ou locais de internação).

Mundo
O sarampo é uma doença grave e altamente contagiosa causada por um vírus. Pode ser prevenida por uma vacina segura e eficaz, cujas doses devem ser administradas conforme o calendário nacional de vacinação de cada país.

No entanto, a cobertura global com a primeira dose da vacina contra o sarampo parou em 85%, número menor do que os 95% necessários para evitar surtos. Isso deixa muitas pessoas, em diversas comunidades, suscetíveis ao sarampo. A cobertura com a segunda dose é ainda menor: 67%.

Devido a essas lacunas na cobertura de vacinação, surtos de sarampo ocorreram em todas as seis Regiões da OMS, com uma estimativa de 110 mil mortes relacionadas à doença no mundo.

Na Região Europeia, por exemplo, mais de 41 mil crianças e adultos foram infectados com sarampo apenas nos primeiros seis meses de 2018. No ano inteiro de 2017, haviam sido 23,9 mil. Em 2016, 5,2 mil.

Vacinação no Brasil

  • No Brasil, o esquema vacinal funciona da seguinte forma: crianças de 12 meses a menores de cinco anos de idade recebem uma dose da vacina aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral) – em casos de surtos, recomenda-se a aplicação de uma terceira dose. Já pessoas de cinco anos a 29 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente recebem duas doses da vacina tríplice viral. Adultos de 30 a 49 anos recebem uma dose da vacina tríplice viral.
  • Quem comprovar a vacinação contra o sarampo conforme preconizado para sua faixa etária, não precisa receber a vacina novamente.
  • O vírus do sarampo é espalhado por tosse e espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções nasais ou da garganta. Entre os sintomas estão erupção cutânea (vermelhidão na pele), febre, nariz escorrendo, olhos vermelhos e tosse. Dentre as complicações mais graves estão cegueira, encefalite (infecção acompanhada de edema cerebral), diarreia grave (que pode provocar desidratação), infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia.
  • Pessoas com sinais de sarampo devem ser levadas para um centro de saúde imediatamente.
  • O vírus permanece ativo e contagioso no ar ou em superfícies infectadas por até duas horas e pode ser transmitido por uma pessoa infectada a partir de quatro a seis dias antes e quatro dias depois do aparecimento de erupções cutâneas (vermelhidão na pele).
  • No Brasil, quando a pessoa for se vacinar é importante levar junto o próprio cartão de vacinação e o das filhas ou filhos. Assim, os profissionais de saúde poderão ver se serão necessárias outras vacinas. Se a pessoa não tiver o cartão de vacinação, as vacinas também estarão disponíveis para ela. Mas é importante que se lembre de guardá-lo da próxima vez.
  • Às vezes, leve inchaço e vermelhidão podem ocorrer no local da injeção da vacina. Isso não deve ser motivo de preocupação e, normalmente, desaparece com compressas mornas e paracetamol.